Macron, que falou à imprensa juntamente com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em Barcelona, onde ambos presidiram à cimeira hispano-francesa, pediu que a jornada de greves e manifestações sindicais convocadas para hoje em França -- mais de 200 -- decorra sem incidentes.
Em Paris, alguns dirigentes sindicais asseguraram que hoje se ultrapassará um milhão de participantes nas ações de contestação agendadas para todo o país, ao que Macron respondeu que é "bom e legítimo que se expressem todas as opiniões", embora apelando para que não haja "violência nem danos materiais" nos protestos.
Em relação ao futuro, comprometeu-se a agir com "espírito de diálogo", mas também com "determinação" e "responsabilidade", pelo que mantém em cima da mesa a reforma que prevê aumentar para os 64 anos a idade legal de aposentação e que amplia até 43 o número de anos de descontos para a Segurança Social para se receber a pensão sem penalizações.
Para tal, indicou que conta com a legitimidade das urnas, que lhe foi conferida tanto nas eleições presidenciais de que saiu vencedor, como nas legislativas posteriores, em que os partidos que o apoiam obtiveram a vitória, apesar de não terem conseguido maioria absoluta na Assembleia Nacional.
O Conselho de Ministros francês prevê aprovar na próxima semana o projeto de lei, mas Macron adiantou que todas as partes poderão expressar-se e tentar "enriquecer" o texto na fase de debate que se seguirá.
A reforma "foi apresentada de forma democrática" e será debatida no parlamento, o "que permitirá que todos os partidos se pronunciem", afirmou, na conferência de imprensa conjunta com Sánchez.
O chefe de Estado francês quis, contudo, enfatizar que "salvar" o sistema de Segurança Social do país passa por uma reforma de fundo, tendo em conta a "solidariedade" intergeracional e que cada vez há menos trabalhadores no ativo para sustentar a crescente massa de pensionistas.
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