Talibãs paquistaneses consideram queima do Corão na Suécia uma provocação
O principal grupo talibã paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), condenou hoje a queima do Alcorão na Suécia por um ativista sueco-dinamarquês de extrema-direita, considerando o ato uma provocação à comunidade islâmica.
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O TTP "condena fortemente este ato hediondo e exige veementemente que o mundo islâmico tome medidas práticas", disse o porta-voz do grupo talibã, Muhammed Khurasani, num comunicado.
A profanação e queima de bens sagrados islâmicos como o Alcorão "provoca um quarto da população mundial, ferindo os seus valores religiosos, as suas emoções e equivale a desafiar o seu orgulho religioso", explicou o porta-voz dos talibãs.
"Liberdade de opinião não significa que os bens do Islão devam ser profanados", acrescentou o TTP no comunicado, alegando que as leis internacionais foram violadas com este ato e pedindo à comunidade islâmica para que atue.
O extremista radical Rasmus Paludan - um advogado dinamarquês que também é cidadão sueco - queimou no sábado uma cópia do livro sagrado muçulmano em frente à embaixada turca em Estocolmo, onde também exibiu um desenho que ironizava a sexualidade do profeta Maomé.
Paludan, que defendeu o seu direito à liberdade de expressão durante o evento, tornou-se um fenómeno viral nas redes sociais na Dinamarca há alguns anos, quando protagonizou outras provocações envolvendo o Alcorão em bairros de imigrantes.
Após várias sentenças menores por crimes racistas e uma proibição pelas autoridades eleitorais dinamarquesas por manipulação de declarações de eleitores, Paludan tentou agora a sorte na Suécia, onde cometeu atos semelhantes, que levaram a tumultos na Páscoa do ano passado.
A queima do Alcorão em Estocolmo gerou protestos do Governo turco -- que ameaçou deixar de apoiar a adesão da Suécia à NATO - e de outros países de maioria muçulmana, como Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait e Marrocos.
Um polícia e sete manifestantes ficaram feridos hoje em Bagdade durante uma manifestação organizada defronte da embaixada da Suécia na capital iraquiana para protestar contra a queima de um exemplar do Alcorão em Estocolmo.
Fonte do Ministério do Interior iraquiano, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), adiantou que entre 400 a 500 manifestantes protestaram diante da missão diplomática da Suécia em Bagdade e tentaram entrar no edifício da embaixada, tendo sido impedidos pela polícia, o que desencadeou os confrontos.
Na vizinha Síria, em al-Bab, uma cidade do norte sob o controlo das forças turcas, algumas centenas de pessoas também se manifestaram pelos mesmos motivos, informou o correspondente da AFP.
Os manifestantes queimaram a bandeira sueca e entoaram palavras de ordem contra o país nórdico.
A polícia sueca considerou, então, que a Constituição e as liberdades de manifestação e expressão na Suécia não justificavam a proibição desta manifestação em nome da ordem pública.
A autorização dada a esta manifestação anti-islâmica provocou um incidente diplomático com a Turquia, com muitos outros países muçulmanos a expressarem indignação.
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