Investigação sobre explosão no porto de Beirute retomada após um ano

A investigação sobre a devastadora explosão no porto de Beirute, capital do Líbano, em 2020, foi hoje retomada, cerca de um ano depois de ter sido suspensa, tendo sido indiciados dois oficiais de segurança, segundo fonte judicial.

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Lusa
23/01/2023 22:57 ‧ 23/01/2023 por Lusa

Mundo

Líbano

Em 04 de agosto de 2020, centenas de toneladas de nitrato de amónio armazenadas num depósito no porto de Beirute explodiram, resultando em mais de 200 mortos e 6.500 feridos, além de terem destruído várias zonas da capital libanesa.

As causas exatas da explosão ainda são desconhecidas, assim como a identidade dos responsáveis.

O juiz Tarek Bitar, contra quem grande parte da classe política se uniu, "decidiu retomar a investigação" e indiciar dois altos funcionários da segurança, disse à AFP um oficial judicial, sob condição de anonimato.

São eles o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, próximo ao poderoso movimento armado do Hezbollah, e o chefe da Segurança do Estado, Tony Saliba, próximo do ex-presidente Michel Aoun, cujo mandato terminou há três meses.

"O juiz Bitar lançou uma batalha contra a política de impunidade", disse à AFP Nizar Saghié, diretor da Organização Não Governamental (ONG) Agenda Legal.

"O confronto vai ser duro", acrescentou, explicando que receia que "interferências e pressões políticas" o impeçam de continuar o seu trabalho.

O funcionário judicial não especificou o motivo pelo qual Ibrahim e Saliba e outras seis pessoas, incluindo figuras políticas e judiciais, terem sido acusados.

No entanto, antes da suspensão da investigação, em dezembro de 2021, o magistrado quis interrogar os dois homens suspeitos, assim como outros responsáveis políticos e de segurança, por terem tido conhecimento da presença de nitrato de amónio mas não terem feito nada.

Leia Também: Líbano. Irão e Hezbollah discutem atual situação política

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