Em 04 de agosto de 2020, centenas de toneladas de nitrato de amónio armazenadas num depósito no porto de Beirute explodiram, resultando em mais de 200 mortos e 6.500 feridos, além de terem destruído várias zonas da capital libanesa.
As causas exatas da explosão ainda são desconhecidas, assim como a identidade dos responsáveis.
O juiz Tarek Bitar, contra quem grande parte da classe política se uniu, "decidiu retomar a investigação" e indiciar dois altos funcionários da segurança, disse à AFP um oficial judicial, sob condição de anonimato.
São eles o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, próximo ao poderoso movimento armado do Hezbollah, e o chefe da Segurança do Estado, Tony Saliba, próximo do ex-presidente Michel Aoun, cujo mandato terminou há três meses.
"O juiz Bitar lançou uma batalha contra a política de impunidade", disse à AFP Nizar Saghié, diretor da Organização Não Governamental (ONG) Agenda Legal.
"O confronto vai ser duro", acrescentou, explicando que receia que "interferências e pressões políticas" o impeçam de continuar o seu trabalho.
O funcionário judicial não especificou o motivo pelo qual Ibrahim e Saliba e outras seis pessoas, incluindo figuras políticas e judiciais, terem sido acusados.
No entanto, antes da suspensão da investigação, em dezembro de 2021, o magistrado quis interrogar os dois homens suspeitos, assim como outros responsáveis políticos e de segurança, por terem tido conhecimento da presença de nitrato de amónio mas não terem feito nada.
Leia Também: Líbano. Irão e Hezbollah discutem atual situação política