Trata-se de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que Moscovo integrou no território da Federação Russa no final de setembro do ano passado, apesar de não ter o controlo total das quatro regiões, e da oposição de Kiev e da comunidade internacional.
O Ministério da Indústria e Comércio russo disse que a mudança de fuso horário ocorrerá em breve, no âmbito da "sincronização passo a passo da legislação russa" nas regiões anexadas.
As quatro regiões "passarão a fazer parte do segundo fuso horário, em que funciona a hora de Moscovo", precisou o ministério na rede social Telegram, citado pela agência oficial russa TASS.
O projeto de lei relevante já foi apresentado ao Governo da Federação Russa, segundo o ministério.
"Anteriormente, as quatro regiões viviam de acordo com a hora de Kiev, UTC+2 e UTC+3 no verão", disse o ministério, utilizando a sigla em inglês do Tempo Universal Coordenado, que serve de referência às zonas horárias.
Relativamente a Moscovo, Kiev tem um fuso horário de menos uma hora.
A Rússia não muda a hora no verão, período em que Kiev e Moscovo têm a mesma hora.
"Atualmente, a hora de facto de Moscovo funciona nas novas regiões e a nova lei fixa esta ordem de forma normativa", acrescentou o Ministério da Indústria e Comércio russo.
Com mais de 17 milhões de quilómetros quadrados, a Rússia é o maior país do mundo e tem 11 fusos horários, 10 dos quais referentes a uma mesma massa terrestre, de acordo com o 'site' especializado timeanddate.com.
A exceção é o território russo de Kaliningrado, situado entre a Polónia e a Lituânia, junto ao Mar Cáspio.
Relativamente ao UTC, os fusos horários da Rússia variam entre mais duas horas em Kaliningrado, no ocidente, e mais 12 horas na Península de Kamchatka, no extremo oriental do país.
Além das quatro regiões anexadas sete meses depois de ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia já tinha incorporado no seu território a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexados.
A devolução dos cinco territórios é uma das exigências de Kiev para negociações com Moscovo sobre o fim da guerra iniciada há quase um ano.
A Rússia recusa essas exigências e alega que as autoridades ucranianas têm de aceitar a nova realidade.
Ao ordenar a invasão em 24 de fevereiro, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava a responder a um pedido de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, cuja independência tinha reconhecido pouco antes.
Forças separatistas pró-russas destas duas regiões que constituem o Donbass, no leste da Ucrânia, travavam uma luta separatista contra Kiev desde 2014, com apoio de Moscovo.
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