Rússia assume "ataques massivos" para suspender fornecimentos ocidentais
Durante os bombardeamentos do dia de ontem, a Rússia alegou ter, também, atingido "alvos da indústria de defesa ucraniana".
© Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A Rússia assumiu, esta sexta-feira, a responsabilidade pelos mais recentes "ataques com mísseis massivos" sobre as infraestruturas energéticas ucranianas.
O Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência estatal russa RIA, justificou tal medida com a necessidade de suspender o fornecimento de armas ocidentais.
E, segundo a mesma fonte, tal terá impedido várias remessas de armamento, nomeadamente as disponibilizadas pela NATO, de chegarem às tropas ucranianas na frente de batalha.
A informação surge depois de a operadora estatal de energia da Ucrânia, a Ukrenergo, ter adiantado que a rede elétrica do país sofreu "danos significativos" na sequência de um ataque "massivo" com mísseis russos na quinta-feira.
Durante os bombardeamentos do dia de ontem, a Rússia alegou ter, também, atingido "alvos da indústria de defesa ucraniana".
Na manhã de quinta-feira, ocorreu um novo ataque em larga escala sobre várias regiões ucranianas, nomeadamente sobre Kherson, Odessa e Kyiv, entre muitas outras, que tiraram a vida a pelo menos 11 pessoas, com outras tantas a terem ficado feridas.
Os ataques de quinta-feira aconteceram logo após os parceiros ocidentais da Ucrânia, nomeadamente Alemanha e Estados Unidos, terem anunciado, pela primeira vez desde o início da guerra, o envio de tanques pesados para o país invadido por Moscovo - no seguimento do pedido feito por Kyiv, que alegava precisar dos mesmos para combater a invasão russa.
De facto, o Partido Social Democrata da Alemanha anunciou, na quarta-feira, que os aliados da Ucrânia estão a preparar-se para enviar, de facto, dois batalhões de tanques Leopard 2 para a Ucrânia - o que equivale a cerca de 80 veículos pesados. Segundo os responsáveis do partido, que lidera o governo alemão, os mesmos serão "entregues rapidamente".
Entretanto, o novo ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, garantiu na quinta-feira que os tanques Leopard vão chegar à Ucrânia "no final de março ou início de abril" - o que sustenta essa mesma promessa.
Já depois, no mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou que vai ser efetivado a disponibilização de 31 carros de combate M1 Abrams para a Ucrânia. Em causa estão movimentações que surgem numa altura em que começam já a surgir receios de que Moscovo possa estar a preparar uma contraofensiva na primavera.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, tirou já a vida a mais de sete mil civis, com outros 11 mil a terem ficado feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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