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Scholz visita América Latina com energia e ambiente na agenda

O chanceler alemão, Olaf Scholz, inicia no sábado a sua primeira viagem à Argentina, Chile e Brasil para aprofundar relações políticas e económicas, com diversificação energética, energias renováveis, combate a alterações climáticas e defesa do multilateralismo na agenda.

Scholz visita América Latina com energia e ambiente na agenda
Notícias ao Minuto

17:36 - 27/01/23 por Lusa

Mundo Scholz

Segundo o porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, a viagem "sublinha a relevância [da Alemanha] como parceira da região", aspeto também destacado por Valeska Hesse, diretora do Departamento da América Latina e Caraíbas da Fundação Friedrich Ebert (FES), ligada ao Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz.

Que o chanceler alemão realize agora uma viagem a estes três países é, para Hesse, "um sinal muito importante e muito positivo" para salientar que "a região, à qual não se prestou realmente atenção suficiente durante muitos anos, tem agora também uma maior importância e prioridade para a Alemanha e a União Europeia (UE)".

Os temas centrais constantes da agenda de Scholz são importantes desde há anos, declarou a responsável, citada pela agência de notícias espanhola Efe, mas agora voltam a adquirir relevância no "contexto da 'Zeitenwende'" -- mudança para uma nova era, precipitada pela invasão russa da Ucrânia -- e da procura de "novos parceiros" e "alianças estratégicas".

"As pessoas deram-se conta de que temos que voltar a olhar mais para outros países e regiões onde temos parceiros fiáveis", observou.

São, além disso, países com Governos progressistas, e o facto de se tratar de "governos afins" nesse sentido também poderá desempenhar um papel importante para o chanceler social-democrata propor projetos comuns, segundo Hesse.

A diretora da FES recordou que a maioria dos países da América Latina são democracias, com todos os desafios que naturalmente existem nessas nações, e que, quando se trata de defender a democracia perante o aumento de regimes autoritários, também a América Latina é "uma aliada".

Mas, além da questão dos "valores comuns", como a democracia e o multilateralismo, em temas económicos como a energia, a diversificação de fornecedores de energia, hidrogénio verde e matérias-primas, a região desempenha um papel importante, acrescentou.

Aí, a cooperação deve ser pensada para que também a América Latina beneficie dela, especialmente em questões de sustentabilidade, afirmou.

Para Orlando Baquero, diretor-geral da Associação para a América Latina (LAV) -- rede empresarial para o setor económico com interesse nessa região -, a América Latina, "após muitos anos um pouco esquecida", volta a ser interessante para a Europa.

Citado pela Efe, o responsável sublinhou que, para a associação é importante que voltem a realizar-se conversações "ao mais alto nível", especialmente com o Brasil, o principal país para o mundo empresarial alemão na América do Sul, com um "potencial enorme".

O Brasil é um "parceiro estratégico" na produção de energia, frisou, recordando que cerca de 85% dos investimentos em energias renováveis feitos por empresas alemãs são precisamente naquele país.

A visita à Argentina é, segundo Baquero, igualmente importante, já que é o segundo país mais importante da região, apesar de ter dificuldades em muitas áreas económicas, e onde tudo aponta para que se vá assinar um acordo de cooperação para empresas emergentes e inovação, indicou.

O Chile é um parceiro estratégico no hidrogénio verde e nas energias renováveis, mas também em matérias-primas como o cobre, necessário para a transição energética, e o lítio, vital para baterias, acrescentou.

Outro dos objetivos económicos desta viagem é poder concluir finalmente o acordo de comércio livre entre a UE e o Mercosul (Mercado Comum do Sul, organização intergovernamental regional de livre comércio), para o que, frisou Hesse, é importante mostrar que estas relações comerciais serão "equilibradas" e dissipar as dúvidas e o ceticismo que países como o Brasil ou a Argentina possam ter.

Sobretudo no Brasil, o tema das alterações climáticas e a proteção da floresta amazónica será outro tema importante, com a perspetiva, por parte da Alemanha, de desbloquear o Fundo Amazónia, após a vitória nas eleições presidenciais brasileiras de Lula da Silva.

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