"O objetivo desta operação especial era neutralizar as bases do ISWAP instaladas na floresta Matari (Nigéria) de onde são realizados ataques todos os anos às cidades (nigerianas) de Maïné Soroa, Chétinari e Chétimari Wangou "que abrigam um posto militar, lê-se numa declaração da Força Conjunta Multinacional (JMF, na sigla em inglês) que reúne militares dos quatro países.
O material norte-americano utilizado foi um 'drone' [aparelho aéreo não tripulado].
Esta "operação especial de bombardeamento" foi decidida depois de "cerca de cinquenta terroristas" terem sido referenciados na região em 27 e 28 de janeiro, e foi realizada principalmente por soldados nigerianos, "com o apoio de um 'drone' dos parceiros EUA", acrescentou o comunicado.
Após "uma série de bombardeamentos precisos", um acampamento terrorista e uma base foram "destruídos" e 36 "suspeitos terroristas" foram "capturados", segundo o JMF que afirma que "grande parte destes criminosos em fuga" foi "intercetada.
A declaração acrescenta que os militares da JMF não sofreram qualquer baixa.
Nenhuma fonte independente confirmou o que foi anunciado pela JMF.
Maïné Soroa, Chétinari e Chétimari Wangou, localizam-se na região nigeriana de Diffa (sudeste), que tem sido alvo de ataques regulares desde 2015 por movimentos fundamentalistas islâmicos nigerianos.
Até 2019, Maïné-Soroa, a 70 quilómetros de Diffa, foi poupada a ataques, mas a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Maïné-Soroa foi forçada a deixar a cidade após um violento ataque aos seus escritórios por alegados extremistas islâmicos em abril de 2019.
Localizado a 25 quilómetros de Diffa, o posto militar de Chétimari Wangou foi em varias ocasiões alvo de ações do ISWAP.
No início de junho de 2022, a força regional anunciou que havia matado mais de 800 elementos do ISWAP ao longo de dois meses de operações nas ilhas do lago Chade, nas fronteiras da Nigéria, Níger, Camarões e Chade.
A bacia do lago Chade tornou-se o epicentro da violência do grupo nigeriano Boko Haram e do seu ramo separatista, o ISWAP.
Os quatro países ribeirinhos do lago lançaram em julho de 2015 o JMF, formado por 8.500 homens, para lutar contra grupos fundamentalistas islâmicos.
No final de uma reunião em Niamey na semana passada, os Estados ribeirinhos do lago Chade e doadores internacionais anunciaram uma ajuda de mais de 500 milhões de dólares, para proteger milhões de civis ameaçados nesta região por grupos extremistas.
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