AI pede medidas contra violência de género no Iraque após pai matar filha

A Amnistia Internacional (AI) apelou hoje ao Iraque para adotar uma "legislação forte" que proteja as mulheres da violência baseada no género, depois de uma conhecida bloguista ter sido assassinada pelo pai.

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Lusa
03/02/2023 15:13 ‧ 03/02/2023 por Lusa

Mundo

Amnistia Internacional

Tiba Ali, que vivia na Turquia e estava sob a ameaça da família, visitou o Iraque e foi morta pelo pai na quarta-feira, segundo a AI, que citou os meios de comunicação locais.

"Até as autoridades iraquianas adotarem uma legislação forte para proteger as mulheres e raparigas da violência baseada no género, continuaremos inevitavelmente a assistir a assassinatos horríveis como o que Tiba Ali sofreu às mãos do seu próprio pai", disse a responsável regional da AI, Aya Majzoub, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.

A notícia da morte da bloguista iraquiana suscitou uma série de comentários nas redes sociais, sob a 'hashtag' "Exigimos os direitos de Tiba", a condenar o que foi considerado como um homicídio de honra e a apelar para que o autor do crime seja responsabilizado.

"O Iraque não conseguiu criminalizar a violência doméstica, apesar do aumento das denúncias de incidentes de violência doméstica por parte de ONG [organizações não-governamentais] nacionais", disse Aya Majzoub, vice-diretora do Programa Regional do Médio Oriente e Norte de África da AI.

"Surpreendentemente, o Código Penal iraquiano continua a tratar os chamados 'crimes de honra', que incluem atos violentos como agressões e até assassinatos, com clemência", acrescentou.

Um projeto de lei sobre violência doméstica foi apresentado e debatido no parlamento iraquiano em 2019 e 2020, mas não avançou desde então.

Em 2020, as agências das Nações Unidas no Iraque manifestaram a sua preocupação com o aumento do número de casos de violência doméstica durante a pandemia.

"O assassinato de Tiba Ali deve ser investigado, o perpetrador levado à justiça e a sentença deve ser proporcional à gravidade deste terrível crime, sem recorrer à pena de morte", disse ainda Majzoub.

Leia Também: Amnistia pede a Espanha para não ignorar Direitos na relação com Marrocos

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