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Irão. Ativista de direitos humanos e jornalista libertados da prisão

O Irão libertou hoje um ativista de direitos humanos, preso desde 2018, e um jornalista, detido durante os protestos antigovernamentais que começaram em setembro, de acordo com órgãos de comunicação locais.

Irão. Ativista de direitos humanos e jornalista libertados da prisão
Notícias ao Minuto

22:34 - 10/02/23 por Lusa

Mundo Irão

"Farhad Meysami foi preso em julho de 2018 e libertado da prisão após cumprir a sua sentença", revelou o diário Shargh.

Médico e ativista de direitos humanos, Meysami estava em greve de fome há várias semanas para exigir, em particular, o fim das execuções ligadas às manifestações e a libertação de presos políticos, segundo o seu advogado Mohammad Moghimi.

O ativista foi detido enquanto fazia campanha pelo fim da obrigatoriedade de usar o véu em público e foi condenado a cinco anos de prisão, por colocar em risco a segurança nacional.

O jornal Shargh já tinha divulgado também a libertação de Hossein Yazdi, "ativista político e jornalista", da prisão de Dastgerd, na cidade de Isfahan, no centro.

Yazdi foi detido em 05 de dezembro durante o movimento de protesto no Irão, antes de ser condenado a um ano de prisão e a proibição de viajar durante dois anos, segundo o mesmo jornal.

O Shargh não deu detalhes sobre as acusações contra o jornalista, mas disse que Yazdi era o "diretor do 'site' Mobin 24 e do canal de notícias Iran Times".

Milhares de pessoas foram detidas pelo seu alegado envolvimento no movimento de protesto desencadeados após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos detida pela chamada "polícia da moralidade", por alegadamente usar o lenço islâmico fora dos padrões exigidos.

Na quinta-feira, 'medias' estrangeiros noticiaram que sete mulheres ativistas e jornalistas foram libertadas da prisão de Evin, em Teerão.

Entre as libertadas estava a ativista Saba Kordafshari, detida desde 2019 após fazer campanha contra o uso obrigatório do véu para mulheres, e a fotógrafa Alieh Motalebzadeh, cuja última permanência na prisão começou em abril de 2022, de acordo com os 'media'.

Ainda não está claro se as recentes libertações estão associadas ao anúncio no domingo, divulgado pelo gabinete do líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de um perdão para um "número significativo" de condenados, incluindo aqueles que foram detidos durante os protestos antigovernamentais.

Segundo a agência noticiosa iraniana IRNA, a proposta apresentada e aceite pelo ayatollah sugere que sejam merecedores de uma amnistia os acusados e os condenados que "não praticaram espionagem, homicídio doloso ou lesão corporal, ou destruição de património público".

A amnistia foi concedida por ocasião da próxima comemoração do 44.º aniversário da revolução islâmica, em 11 de fevereiro de 1979, e funciona de acordo com o artigo 110.º da Constituição, que "concede ao líder o direito de indultar ou reduzir as penas dos condenados por recomendação do titular do Poder Judicial".

O Governo iraniano, embora tenha reconhecido excessos pontuais na repressão aos protestos, atribui as manifestações à intervenção de "desordeiros", muitos deles a soldo de "potências estrangeiras".

Dos protestos resultaram até agora entre 481 e 522 mortos, incluindo 68 funcionários das forças de segurança do país, segundo Organizações Não-Governamentais (ONG).

Segundo a ONG Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA, na sigla em inglês), um total de aproximadamente 19.600 pessoas foram detidas desde o início dos protestos, das quais 713 já foram condenadas por um tribunal iraniano.

Pelo menos quatro pessoas foram executadas e 109 enfrentam a possibilidade de acabar no corredor da morte.

Leia Também: Sete militantes e jornalistas iranianas libertadas da prisão

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