A Ucrânia e vários aliados convocaram oficialmente a sessão esta sexta-feira, adiantaram à agência Efe fontes diplomáticas.
A reunião deverá durar dois dias e contar com a presença de numerosos ministros de diferentes países, que viajarão propositadamente a Nova Iorque, acrescentaram.
Kyiv prepara uma proposta de resolução a ser votada no dia 23 e com a qual procura uma mensagem de apoio da comunidade internacional.
De acordo com fontes diplomáticas, o Governo ucraniano pretendia inicialmente apresentar um texto ambicioso que apoiasse a Fórmula da Paz defendida pelo seu Presidente, Volodymyr Zelensky, proposta esta que já foi rejeitada por Moscovo e que exige, entre outras coisas, a retirada do tropas russas e a responsabilização dos invasores.
No entanto, segundo estas fontes, tudo aponta para que a resolução seja finalmente mais geral e alinhada com os textos já aprovados pela assembleia desde o início da guerra, de forma a garantir o maior apoio possível e, desta forma, evitar numerosas abstenções em desacordo com um texto demasiado "direto".
A Ucrânia e os seus aliados aprovaram várias resoluções, por maioria esmagadora, na Assembleia Geral da ONU desde o início da guerra, para lidar com o bloqueio no Conselho de Segurança, onde o poder de veto da Rússia impediu qualquer acordo.
Também no Conselho de Segurança está a ser preparada mais uma reunião para marcar o aniversário do início da invasão russa, neste caso no dia 24 de fevereiro.
A previsão é que esta reunião ocorra a nível ministerial e que desta não saia nenhum documento oficial, dado o poder de veto russo, que tem mantido o Conselho de Segurança praticamente algemado em todos os temas relacionados com a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -- , de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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