Apesar de ser o terceiro comboio humanitário com destino à Síria, é o primeiro que chega às áreas controladas pelos rebeldes com ajuda alimentar destinada especificamente aos afetados pelo sismo.
Liderados por um camião com o logótipo da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os veículos que integram o comboio chegaram ao cruzamento de Bab al Hawa, que liga a província de Idlib, no noroeste da Síria, à Turquia, segundo reporta a agência noticiosa espanhola EFE, que cita fontes locais.
Pelo menos oito camiões contêm material médico, enquanto os restantes têm tendas e outros produtos a bordo.
Este é o terceiro carregamento das Nações Unidas a entrar em Bab al Hawa desde os mortíferos sismos de segunda-feira, depois de outros 20 camiões terem chegado nos últimos dois dias, carregados principalmente com tendas, esteiras, roupas quentes e outros produtos não alimentares.
Segundo fontes no terreno, citadas pela EFE, o novo 'comboio' é o primeiro que as áreas rebeldes recebem com assistência específica, já que os dois anteriores continham suprimentos genéricos que já estavam planeados para serem transportados antes da tragédia e cujo embarque foi atrasado pelos sismos.
As áreas das províncias de Idlib e Aleppo nas mãos da oposição só são acessíveis diretamente do outro lado da fronteira turca, embora a ONU também tenha enviado ajuda uma vez por mês para as áreas sírias nas mãos do governo de Bashar al-Assad.
O Diretor de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a região do Mediterrâneo Oriental, Richard Brennan, anunciou hoje, numa conferência de imprensa, que a ONU está a tentar aumentar a ajuda a essas áreas da Turquia e da Síria, para onde esperam enviar material médico e alimentos assim que receberem autorização.
Na conferência de imprensa, Brennan salientou que é necessário "elevar os esforços de socorro" para ajudar as vítimas dos terramotos que assolaram o país, já fragilizado por 12 anos de guerra civil.
"Agora precisamos de elevar os esforços de socorro para um novo nível. Precisamos realmente de agir com maior urgência e intensificar as operações", acrescentou.
A equipa da OMS chegou à Síria há dois dias e está a avaliar a situação nas províncias de Latakia e na área de Aleppo nas mãos do governo do Presidente sírio, algumas das regiões mais afetadas pelos terramotos.
Brennan também destacou que a agência da ONU está a cooperar com organizações não-governamentais (ONG) locais e o Governo sírio para facilitar a ajuda às vítimas, bem como à população, que "não perdeu a esperança e tenta preservar a sua dignidade".
A prioridade da OMS agora é "focar-se nos sobreviventes" da catástrofe, que estão "na rua, em abrigos, em carros ou em tendas de campanha" e que precisam urgentemente de satisfazer as suas necessidades básicas.
Segundo os mais recentes dados oficiais hoje divulgados, mais de 24 mil pessoas morreram em consequência dos sismos que abalaram segunda-feira o sul da Turquia e o noroeste da Síria.
De acordo com a Afad, organismo de socorro turco, 20.665 cadáveres foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, e 3.553 corpos foram contabilizados na Síria, indica um balanço também oficial.
Na Síria, os terramotos, com epicentro na Turquia, causaram até agora a morte de um total de 3.553 pessoas e ferimentos em mais de 5.276 que precisam de atenção urgente.
Estes números elevam para 24.218 o total de mortos nos dois países atingidos por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
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