Sismo. Presidente sírio pede ajuda internacional para "reconstruir" país
O Presidente sírio pediu hoje ajuda internacional para reconstruir as regiões destruídas no país pelo sismo registado há uma semana, durante uma reunião com o coordenador de ajuda de emergência da ONU.
© Reuters
Mundo Bashar al-Assad
Segundo um comunicado da Presidência síria, Bashar al-Assad "destacou a importância dos esforços internacionais para ajudar a reconstruir as infraestruturas no país".
Damasco está isolada no cenário diplomático desde o início da guerra desencadeada pela violenta repressão de uma revolta popular contra o poder em 2011. Esse isolamento afeta os esforços internacionais para ajudar as vítimas do terramoto de 7,8 na escala de Richter, que abalou a Turquia e a Síria no dia 06 de fevereiro.
Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, também se reuniu hoje em Damasco com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Faisal Moqdad, após ter viajado para Alepo, uma cidade no norte do país sob controlo do Governo, onde o abalou deixou mais de 200.000 desalojados, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Em Alepo, Griffiths disse à imprensa que a ONU estava a tentar reunir fundos para organizações que ajudam as vítimas na Síria.
"Os apelos que serão lançados nos próximos dias - um para a Síria, outro para a Turquia - cobrirão as necessidades humanitárias por cerca de três meses", estimou.
Os sismos que devastaram há uma semana o sul da Turquia e o noroeste da Síria causaram pelo menos 40.943 mortes, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgado.
Os dados avançados pelo diretor do Departamento Regional de Emergências da OMS, Rick Brennan, indicam que os terramotos - primeiro de magnitude de 7,8, e depois de 7,5, na escala aberta de Richter - provocaram 31.643 mortos na Turquia e cerca de 9.300 na Síria.
Apesar das sanções ao regime, partes da Síria sob controlo do governo estão a receber ajuda internacional através de agências da ONU, muitas das quais com postos avançados em Damasco.
Mas, enquanto permanecem sob o controle de grupos rebeldes várias áreas do país, onde quase 12 anos de guerra destruíram o sistema de saúde, a ajuda tem demorado a chegar ao terrreno.
Griffiths reconheceu no domingo que a ONU "até agora falhou com o povo do noroeste da Síria".
Antes do sismo, quase toda a ajuda humanitária para os mais de quatro milhões de pessoas que vivem em áreas controladas por grupos rebeldes no noroeste da Síria chegava da Turquia através da passagem de Bab al-Hawa.
Este percurso foi interrompido pelo sismo, antes de ser retomado na quinta-feira, e estão a aumentar os apelos à abertura de outros pontos de passagem.
No domingo, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também se avistou com o Presidente sírio e anunciou que este se mostrou disposto a considerar a abertura de pontos de passagem de áreas do Governo para áreas mantidas pelos rebeldes.
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