Países do Sahel devem fazer mais contra o tráfico de armas, diz ONU
Os países do Sahel devem fazer muito mais para combater o tráfico de armas nos seus territórios, apontou a ONU num relatório publicado hoje, onde diz que "uma grande maioria" das armas vem do próprio continente africano.
© Reuters
Mundo Sahel
Todos os grupos envolvidos nos conflitos na região "precisam de armas de fogo e munições e quanto mais crescem, melhores são as hipóteses de fazerem negócios com traficantes de armas", refere este relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Droga e o Crime.
O documento desvenda características deste tráfico principalmente no Burkina Faso, Mali, Níger e Chade, bem como recomendações.
As Nações Unidas dizem que, embora as armas possam vir de longe, incluindo da França ou da Turquia através da Nigéria, "uma grande maioria" vem do próprio continente africano.
A instabilidade na Líbia, no norte, a partir de 2011, deu origem um fluxo de armas, e outras foram trazidas da Libéria e da Serra Leoa, teatros de guerra civil até ao início dos anos 2000, disse François Patuel, chefe de investigação do escritório da ONU, na apresentação do relatório aos jornalistas.
Recentemente, as armas começaram a chegar ao Sahel vindo da Líbia, provando que o embargo imposto àquele país não está a ser respeitado, observou este responsável da ONU.
Mas a "primeira proveniência" é de armas das forças de segurança nacionais, capturadas em combate, roubadas ou compradas a elementos corruptos.
Há poucos traficantes no Sahel que fazem do comércio de armas a sua principal atividade, diz o relatório: o tráfico é mais oportunista, dependendo da oferta e da procura.
As zonas de tráfico situam-se perto das fronteiras ou ao longo de vias onde os Estados centrais têm pouca presença e onde o tráfico é combinado com outras atividades criminosas, refere o relatório.
Os governos dos países do Sahel devem "redobrar os seus esforços para prevenir e intercetar entregas de armas clandestinas" e também a dispersão das armas das suas forças de segurança, melhorar o rastreio das armas e fazer um maior uso da cooperação internacional, recomenda a ONU no relatório.
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