Macron recebeu Wang no Palácio do Eliseu, num encontro que decorreu à porta fechada, segundo a agência norte-americana AP.

Wang deverá reunir-se mais tarde com a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna.

A capital francesa é a primeira paragem na digressão europeia de Wang, que irá também a Itália, Hungria, Rússia e Alemanha.

O atual chefe da política externa do Partido Comunista Chinês e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros deverá discursar na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que começa na sexta-feira.

A digressão de uma semana de Wang é vista como parte dos esforços de Pequim para restabelecer laços com países europeus numa altura de tensão crescente com Washington, após os Estados Unidos terem abatido um suposto balão espião chinês no início deste mês.

O incidente levou o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, a suspender uma visita oficial à China, horas antes de partir para Pequim.

A viagem de Blinken ainda não foi remarcada.

A recusa da China em condenar a invasão russa da Ucrânia, há quase um ano, e em juntar-se a outros países na imposição de sanções à Rússia afastou Pequim do Ocidente e alimentou uma divisão emergente com grande parte da Europa.

Em dezembro, Wang defendeu o que disse ser a posição de imparcialidade de Pequim relativamente à guerra contra a Ucrânia e sinalizou que a China iria aprofundar os laços com a Rússia ao longo deste ano.

Desde o início da guerra, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia.

Pequim defende também que seja dada atenção às "preocupações legítimas de segurança de todos os países", referindo-se à Rússia.

Em fevereiro do ano passado, pouco antes da invasão russa da Ucrânia, os presidentes de ambos os países, Vladimir Putin e Xi Jinping, proclamaram, em Pequim, uma "amizade sem limites" entre as duas nações.

Falando antes da viagem, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que Wang vai discursar na Conferência de Segurança de Munique para "deixar claro o compromisso da China com o desenvolvimento pacífico".

A viagem europeia, segundo o porta-voz Wang Wenbin, visa "promover novos desenvolvimentos nas relações bilaterais, reforçar a confiança mútua estratégica entre a China e a Europa, e trocar pontos de vista sobre as principais questões internacionais".

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