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Etiópia. Violência étnica em Oromia fez 50 mortos no início de fevereiro

Pelo menos 50 pessoas foram mortas no início de fevereiro em atos de violência étnica na região de Oromia, a maior e mais populosa região da Etiópia, disse hoje a Comissão Etíope dos Direitos Humanos (EHRC).

Etiópia. Violência étnica em Oromia fez 50 mortos no início de fevereiro
Notícias ao Minuto

18:54 - 15/02/23 por Lusa

Mundo Etiópia

De acordo com esta instituição pública estatutária independente, homens armados invadiram a localidade de Ano, onde vivem mais de 10.000 pessoas deslocadas internamente, a 02 de fevereiro, e "mataram casa a casa".

"Pelo menos 50 pessoas, incluindo um funcionário regional e o seu motorista, bem como membros da polícia e das milícias, foram mortas pelo grupo armado", disse a organização.

Entraram no campo que albergava os deslocados e reuniram os homens que não puderam escapar. Alguns corpos foram queimados após a sua morte, adiantou.

"Durante o ataque, escritórios comerciais e governamentais, a sucursal do Banco Comercial da Etiópia e outros edifícios foram extensamente saqueados e destruídos", descreveu a Comissão.

Os sobreviventes do ataque disseram que os atacantes estavam a usar uniformes rebeldes do Exército de Libertação do Oromo (OLA).

De acordo com a EHRC, os assassinatos visavam os Amhara. Oromo e Amhara são as duas maiores comunidades etno-linguísticas do país.

Oromia é flagelada pela violência, devido a divisões étnicas, políticas e fundiárias.

Desde 2018, as forças federais e regionais têm vindo a combater a rebelião do Exército de Libertação Oromo, a ponta de lança do nacionalismo Oromo, que é alimentado pelo crescente ressentimento da população local em relação a Adis Abeba e ao próprio primeiro-ministro, um oromo, Abiy Ahmed.

A região é também palco de massacres étnicos - cujos autores não são claramente identificados - entre Oromo e Amhara, particularmente nos Wollegas, uma área remota no extremo oeste.

No final de janeiro, um cidadão chinês foi morto por homens armados em Oromia, na cidade de Guracha Gebre, cerca de 160 quilómetros a norte da capital, Adis Abeba.

Segundo a EHRC, homens armados tinham matado cerca de 60 pessoas na região, em agosto de 2022, na cidade de Abora.

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