Macron considera que chegou o tempo da reaproximação com a China
A França considerou hoje que "o tempo da reaproximação" com a China chegou, para convencer Pequim a "contribuir" para a paz na Ucrânia, depois de um arrefecimento ligado, entre outros, à pandemia do novo coronavírus.
© Chesnot/Getty Images
Mundo França
No fim de dois dias de conversações em Paris com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, o Eliseu (palácio da Presidência da República Francesa) confirmou que "está em preparação" uma visita do presidente francês, Emmanuel Macron, à China "no primeiro trimestre".
Macron recebeu hoje pessoalmente o dirigente chinês.
"É verdadeiramente o tempo da reaproximação com as autoridades chinesas", segundo fonte presidencial, apontando que se pretende "dar um impulso" a projetos bilaterais e ao diálogo sobre os desafios mundiais, como a situação na Ucrânia ou a crise climática.
Esta retoma dos contactos bilaterais está ligada ao fim das restrições da política "covid zero" na China, adiantou um conselheiro de Mácron. Em novembro, o presidente francês encontrou-se com o homólogo chinês, Xi Jiping, na Indonésia.
"Passámos três anos sem contactos diretos com as autoridades chinesas", adiantou, quando há "muitos assuntos" que devem ser "tratados cara a cara".
As relações entre a China e a União Europeia ficaram tensas em 2021, quando os europeus impuseram sanções por causa da repressão da minoria muçulmana uigure. Paris continua a reconhecer que a situação permanece e garante que a situação dos direitos humanos foi evocada "muito claramente" com Wang Yi.
Mas "aceitamos a China tal como ela é. (...) esta trajetória de firmeza desde há mais de uma dezena de anos (...) não nos deve impedir de continuar a manter esta ligação", prosseguiu a fonte presidencial.
No plano bilateral, o governo francês quer "reequilibrar" o acesso ao mercado chinês, em particular nos setores aeronáutico e agrícola.
Macron continua a querer convencer a China a "contribuir para uma solução" para a resolução da invasão russa da Ucrânia, pressionando os dirigentes do Kremlin, de quem os de Pequim são aliados próximos.
Wang Yi deve ir a Moscovo, depois da sua deslocação à Europa. Os seus interlocutores franceses "encorajaram-no" a "transmitir mensagens" para que a Federação Russa "regresse à mesa das negociações" e "acabe com os bombardeamentos de civis", adiantou o conselheiro de Macron.
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