"Ouvi declarações importantes dos líderes mundiais a favor do nosso estado e há indícios sobre o fortalecimento do nosso arsenal, para a nossa defesa", afirmou Zelensky, citado pela agência Europa Press.
O presidente ucraniano referiu, em particular, os mísseis de longo alcance e o compromisso de apoio de longo prazo à Ucrânia, manifestado, por exemplo, pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.
Volodymyr Zelensky referiu também que declarações como a da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que acusou a Rússia de crimes contra a Humanidade na Ucrânia, demonstram que a comunidade internacional está preparada para impor "consequências jurídicas concretas ao estado terrorista russo".
O principal representante da Ucrânia na conferência, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, teve várias reuniões, nas quais instou os aliados internacionais a treinarem os pilotos ucranianos de aviões F-16, no meio de discussões sobre o envio de aviões de combate para a Ucrânia.
Nesse sentido, Kuleba pediu aos países envolvidos que comecem a aprovar ordens de treino, sem esperar que terminem as negociações sobre o envio de aviões de combate para a Ucrânia, como aconteceu antes com o envio de tanques.
"Este é o nosso pedido a todos os nossos amigos que potencialmente possam partilhar aviões com a Ucrânia: comecem os treinos o mais cedo possível, sem assumirem nenhuma obrigação adicional neste momento", explicou, à margem da conferência, em declarações à Euroactiv.
Dmytro Kuleba mostrou-se otimista quando ao possível envio de aviões de combate.
"Vou arriscar e dizer que vamos recebê-los. É uma questão de tempo e de procedimentos, e percebemos que levará mais tempo do que a questão dos tanques", acrescentou.
A Conferência de Segurança de Munique junta, desde sexta-feira e até domingo, governantes, líderes de organizações internacionais e especialistas para avaliar as principais questões de defesa euro-atlânticas do ano.
Realizada todos anos desde 1963, a conferência é dominada pela presença de países da NATO (sigla em inglês para Organização do Tratado Atlântico Norte) e funciona como um termómetro dos debates de segurança da Europa, ajudando a identificar tendências futuras.
É também neste fórum que líderes de países que não integram a Aliança Atlântica aproveitam para passar mensagens, como fez o Presidente russo, Vladimir Putin, em 2007, quando, pela primeira vez, acusou publicamente os Estados Unidos de apoiarem uma expansão irracional da NATO para o Leste.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial.
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