Guiné Equatorial detém dois sul-africanos por suposta posse de drogas
Dois cidadãos sul-africanos, funcionários de uma empresa petrolífera na Guiné Equatorial, foram presos na capital do país, Malabo, por suposta posse de drogas, confirmou hoje o Governo da África do Sul.
© Reuters
Mundo África do Sul
"A nossa missão em Malabo foi informada por telefone na sexta-feira, 10 de fevereiro, sobre o arresto e detenção de dois cidadãos sul-africanos contratados na Guiné Equatorial", disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano, Clayson Monyela, de acordo com os meios locais, citados pela agência Efe.
Ainda que não se tenham apresentado formalmente acusações contra os detidos, a polícia equato-guineense acusa-os de posse de cocaína, de acordo com as autoridades sul-africanas.
De acordo com Clayson Monyela, o advogado da petrolífera SBM Offshore, com sede nos Países Baixos, assegurou que "se trata de uma 'prisão preventiva' para evitar que fujam do país".
Pessoal da embaixada sul-africana em Malabo visitou os dois detidos, que não expressaram nenhuma queixa quanto ao tratamento recebido, de acordo com o porta-voz do Governo de Pretória.
A detenção acontece dias depois da apreensão de um iate na Cidade do Cabo que é propriedade do vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, popularmente conhecido como 'Teodorín', e filho do Presidente do país, Teodoro Obiang.
A medida está relacionada com uma multa imposta em 2021 pelo Tribunal Superior do Cabo Ocidental devido a uma queixa por detenção ilegal e torturas apresentada em 2017 contra 'Teodorín' pelo empresário sul-africano Daniel Janse van Rensburg.
O empresário foi detido em 2013 e retido sem ter sido condenado por nenhum delito durante 550 dias em Malabo, a maior parte deles na prisão de Black Beach, conhecida pelos maus tratos aos reclusos, depois de um acordo comercial relacionado com a criação de uma companhia aérea com um alto funcionário próximo do vice-presidente não ter chegado a bom porto.
Em 2021, depois de 'Teodorín' Obiang não ter cooperado com a justiça sul-africana, o tribunal deliberou que o vice-presidente equato-guineense deveria pagar uma indemnização de 39 milhões de rands (cerca de dois milhões de euros) ao empresário, por delitos de prisão ilegal, tortura e agressão.
Teodoro Nguema Obiang Mangue recorreu, sem sucesso, da sentença.
O seu iate, chamado "Blue Shadow" (Sombra Azul, em português) tem 67 metros de comprimento e será vendido em hasta pública, tendo também sido apreendidos móveis de duas mansões de luxo que o vice-presidente da Guiné Equatorial tem na Cidade do Cabo.
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