O presidente de França, Emmanuel Macron, afirmou, no sábado, que quer que a Rússia seja “derrotada” no conflito frente à Ucrânia, mas não quer que o país seja “esmagado”. Moscovo já reagiu e pediu ao chefe francês que se lembre do imperador Napoleão Bonaparte, que invadiu a Rússia em 1812.
“Quero a derrota da Rússia na Ucrânia e quero que a Ucrânia possa defender a sua posição, mas estou convencido de que no final isto não terminará de forma militar”, disse o presidente francês ao jornal Le Journal Le Dimanche, acrescentando que “nunca quis” que a Rússia seja “esmagada”.
“Não acho que, à semelhança de alguns, a Rússia deva ser totalmente derrotada ou atacada no seu território”, disse, explicando que há quem queira “acima de tudo apagar a Rússia” e “essa nunca foi e nunca será a posição de França”.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, comentou as declarações de Macron e aludiu à invasão francesa da Rússia, em 1812, em que o imperador Napoleão Bonaparte saiu derrotado
“Sobre ‘nunca’: França não começou com Macron e os restos mortais de Napoleão, venerados a nível estatal, repousam no centro de Paris. A França - e a Rússia - devia compreender”, disse Zakharova, citada pela agência de notícias Reuters.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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