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Paciente considerado curado do VIH após quatro anos sem medicação

Após transplante de medula óssea, homem de 53 anos com leucemia entrou em remissão do VIH na Alemanha.

Paciente considerado curado do VIH após quatro anos sem medicação
Notícias ao Minuto

23:08 - 20/02/23 por Notícias ao Minuto

Mundo VIH

Dez anos depois, o mundo volta a ganhar esperança com mais um caso de cura do vírus da imunodeficiência humana (VIH). Um alemão de 53 anos foi considerado curado do VIH, tornando-se no terceiro em todo o mundo.

O 'paciente de Dusseldorf', como é referido pelos investigadores da revista Nature, já tinha tido resultados promissores em 2019, sendo que à data não houve uma confirmação oficial.

Agora, e depois de quatro anos sem medicação, não existe qualquer traço do vírus que causa a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) no organismo do homem. 

“É claramente uma cura, não apenas uma remissão de longo prazo”, garantiu o médico Bjorn-Erik Ole Jensen, que apresentou os resultados.

Apesar da esperança que traz, o caso é visto ainda com cautela na comunidade médica. Existem ainda outros dois casos com tratamentos diferentes e duas mulheres que se curaram sem receber medicação, pelo que o 'paciente de Dusseldorf' junta-se a Timothy Ray Brown, na altura conhecido como 'o paciente de Berlim' - a primeira pessoa que foi oficialmente curada do VIH, em 2009 - e a um homem de Londres que, em 2019, apresentou resultados semelhantes.
 
A cura deste paciente, tal como nos outros dois casos, foi possível graças a um transplante de medula óssea.

A chave está no facto de a medula que recebeu ter uma mutação que impede o VIH de entrar no organismo. Essa mutação como que apaga a proteína CCR5 - responsável pela entrada do VIH nas células. 

A mutação na proteína encontra-se em apenas 1% da população europeia, sobretudo na Europa central e países nórdicos.

“Penso que podemos tirar várias conclusões deste paciente e de outros casos semelhantes”, afirmou Ole Jensen, esperando que daí surjam “algumas pistas para uma estratégia mais segura”.

Leia Também: Estudo da única vacina contra VIH cancelado na última etapa

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