"Cada país é soberano e tem o direito de gerir as coisas como entender que devem ser", declarou em conferência de imprensa o general Siphiwe Sangweni, chefe de operações militares conjuntas da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF).
O responsável militar sul-africano, que falava em Richards Bay, sudeste do país, onde decorrem as manobras militares conjuntas entre a África do Sul e os países aliados do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), salientou que "há uma diferença entre o militar e o político".
"Outros países certamente terão uma abordagem diferente da nossa", frisou.
Os exercícios militares têm por objetivo a partilha de competências e conhecimentos operacionais para proteger o país e contribuir para missões internacionais de manutenção de paz, sublinhou o responsável militar sul-africano.
As manobras militares navais contam com a participação das fragatas militares russa "Almirante Gorshkov" e chinesa "Rizhao FFG598", referiu à Lusa Seitebatso Pearl Block, porta-voz do exercício militar sul-africano Mosi II.
A fragata "Almirante Gorshkov" da Frota da União Soviética, que largou do seu país no início de janeiro, atracou primeiro na Cidade do Cabo no início da semana passada, e está equipada com mísseis Zircon com um alcance de 900 quilómetros que podem superar a velocidade do som, dificultando a sua interceção, segundo analistas militares.
Os exercícios militares ao largo da costa leste da província de KwaZulu-Natal realizam-se no âmbito das comemorações do Dia das Forças Armadas da África do Sul (21 de fevereiro), contando com mais de 350 militares sul-africanos, segundo as Forças Armadas sul-africanas.
Tem havido considerável oposição internacional dos Estados Unidos da América e dos países europeus da NATO à presença naval militar russa na África do Sul, uma vez que as manobras militares coincidem com o primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
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