Medvedev ameaça com invasão total da Ucrânia (até à Polónia)

O antigo presidente russo disse que as decisões sobre a Ucrânia, numa realidade hipotética pós-invasão total, não serão tomadas por Zelensky, "se é que ainda vai estar vivo", mas sim "do outro lado do oceano".

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© REUTERS/Valentyn Ogirenko/File Photo

José Miguel Pires
24/02/2023 09:08 ‧ 24/02/2023 por José Miguel Pires

Mundo

Guerra na Ucrânia

O antigo presidente russo Dmitry Medvedev marcou, esta sexta-feira, o primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, deixando um aviso: "É muito importante atingir todos os objetivos da operação militar especial. Empurrar as fronteiras das ameaças ao nosso país o mais longe possível, mesmo que sejam as fronteiras da Polónia."

No Telegram, Medvedev começou por realçar: "Um ano desde que os militares restauraram a ordem, a paz e a justiça na nossa terra, protegeram o nosso povo e destruíram as raízes do neonazismo", augurando uma vitória "o mais rápido possível".

"Esse dia chegará. Recuperaremos os nossos territórios e protegeremos de forma confiável o nosso povo, que sofreu durante os anos de genocídio e bombardeamentos", disparou ainda o ex-presidente russo.

As negociações, disse, serão "difíceis e nervosas", porque os participantes formais do lado ucraniano "serão uns", mas "os líderes reais serão outros completamente diferentes".

Para Medvedev, as decisões para o regime de Kyiv, é claro, "não serão tomadas por algum tipo de Zelensky, se ele ainda estiver vivo, ou pelos seus compinchas", mas sim "do outro lado do oceano", por "aqueles em cujas mãos está o fornecimento de armas a Kyiv e a alocação de dinheiro para manter os restos da economia ucraniana."

A 24 de fevereiro de 2022, a Rússia deu início a uma invasão em grande escala à Ucrânia, resultando num crescente isolamento do Kremlin pela  comunidade internacional, que tem aplicado sanções a entidades e pessoas russas. A tensão entre Kyiv e Moscovo tem vindo a aumentar, com as ameaças por parte do Kremlin a subirem de tom, no que diz respeito a eventuais ataques e ao eventual uso de armas nucleares.

Segundo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a invasão em território vizinho, que já causou, segundo as Nações Unidos, mais de 8 mil civis mortos, começou com a ideia de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A ONU confirmou ainda que cerca de 13.300 civis mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: AO MINUTO: Um ano de guerra; Wagner terá tomado cidade perto de Bakhmut

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