"Lamentamos que as atividades do G20 continuem a ser desestabilizadas pelo Ocidente coletivo e usadas de maneira antirrussa e puramente de confronto", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia em comunicado.
Segundo Moscovo, os Estados Unidos, a União Europeia e o G7 "interromperam a adoção de decisões coletivas" ao tentar impor uma exigência através de "clara chantagem" para que a sua interpretação do conflito na Ucrânia aparecesse na declaração conjunta.
O ministério acusou Washington e os seus aliados de emitir ultimatos a "muitas delegações".
"Pedimos ao ocidente que renuncie à sua política destrutiva o mais rápido possível, para perceber as realidades objetivas de um mundo multipolar", continuou a diplomacia russa.
"O G20 deve permanecer um fórum económico em vez de invadir a esfera da segurança", acrescentou.
Reunido desde sexta-feira em Bangalore, a capital tecnológica da Índia, os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20 procuravam chegar a acordo sobre soluções para os desafios colocados à economia global, num contexto de conflito na Ucrânia e inflação crescente.
A Índia, que detém a presidência do G20, publicou hoje, no final das reuniões, um resumo das discussões, mas nenhum comunicado de imprensa conjunto.
De acordo com este documento, "a maioria dos membros condenou veementemente" a ofensiva russa na Ucrânia "mas com "diferentes avaliações da situação e sanções", concretamente dois parágrafos que mereceram a oposição da China e da Rússia.
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, desencadeou uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Os aliados ocidentais da Ucrânia assinalaram o primeiro aniversário da guerra com o anúncio de mais apoio militar a Kyiv e novas sanções contra a Rússia.
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