A Rússia afirmou, esta quarta-feira, que só acederá em prolongar o acordo de exportação de cereais do Mar Negro - que permite que estes sejam exportados com segurança de portos ucranianos - se os interesses dos seus próprios produtores agrícolas forem levados em consideração.
Segundo a Reuters, a Iniciativa de Cereais do Mar Negro, negociada pelas Nações Unidas e pela Turquia no ano passado, expira a 18 de março e não pode ser estendida a menos que todas as partes concordem. A Rússia já sinalizou que está insatisfeita com o pacto.
As exportações agrícolas da Rússia não foram explicitamente alvo de sanções ocidentais, mas Moscovo diz que as restrições aos seus pagamentos, logística e seguros são uma “barreira” para que seja capaz de exportar os seus próprios cereais e fertilizantes.
Em meados de fevereiro, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Vershinin, afirmou que "sem resultados tangíveis na implementação do memorando Rússia-ONU, a conceção do pacote de acordos de Istambul e a própria prorrogação do documento ucraniano não são convenientes".
O acordo sobre a exportação de cereais e fertilizantes ucranianos e russos foi firmado em julho de 2022 em Istambul pela Rússia e a Ucrânia, sob os auspícios da ONU e da Turquia.
A Iniciativa de Cereais do Mar Negro (nome oficial do acordo de exportações de cereais ucranianos dos portos da Ucrânia) tem ajudado a aliviar a crise alimentar mundial provocada pela guerra na Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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