Mais de 90 pessoas já foram executadas este ano no Irão
As autoridades iranianas executaram pelo menos 94 pessoas até agora em 2023, adiantaram hoje duas organizações não-governamentais (ONG), alertando para um "aumento significativo" em comparação com o mesmo período do ano passado, no país onde decorrem manifestações antigovernamentais.
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Mundo ONG
Em comunicado, a Amnistia Internacional e o centro de ONG iranianas Abdorrahman Boroumand denunciaram "horríveis denúncias de violência sexual e outros tipos de tortura" para obter confissões forçadas.
Estas ONG, que apontaram "um aumento significativo" no número de execuções em comparação com o mesmo período de 2022, também estão alarmadas com o "uso crescente da pena de morte contra minorias perseguidas".
"Desde o início do ano, as autoridades iranianas executaram pelo menos uma pessoa da minoria árabe ahwazi, 14 curdos e 13 baluchis após julgamentos injustos, e condenaram pelo menos uma dúzia de outros à morte, marcando uma escalada terrível no uso da pena de morte como ferramenta de repressão contra as minorias étnicas", sublinharam no comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).
Algumas destas pessoas foram condenadas em casos relacionados com as atuais manifestações e movimentos de protesto no Irão, desencadeados após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos detida pela chamada "polícia da moralidade", por alegadamente usar o lenço islâmico fora dos padrões exigidos.
"As autoridades iranianas estão a realizar estas execuções numa escala terrível. As suas ações representam um ataque ao direito à vida e uma tentativa indecente não apenas de reprimir ainda mais as minorias étnicas, mas também de espalhar o medo de que qualquer oposição seja reprimida por um força brutal, seja nas ruas ou na forca", sublinhou Roya Boroumand, diretora do Abdorrahman Boroumand Center, com sede nos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, pelo menos 12 pessoas das minorias ahwazi e baluchi foram condenadas à morte, depois de terem sido torturados, e forçados a confessar, vincaram ainda as ONG
"O mundo deve agir agora para pressionar as autoridades iranianas a implementar uma moratória oficial sobre as execuções, para anular condenações injustas e sentenças de morte, e para anular todas as acusações relacionadas a manifestações pacíficas", frisou, por sua vez, Diana Eltahawy, vice-diretora para o Norte da África e região do Médio Oriente na Amnistia Internacional.
Em cerca de três meses de protestos, fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
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