Washington impôs, esta sexta-feira, sanções a vários indivíduos russos que estarão alegadamente ligados à detenção do proeminente crítico do Kremlin, Vladimir Kara-Murza, avançou a agência Reuters.
Kara-Murza foi detido em abril do ano passado, em Moscovo, após manifestar-se contra a guerra na Ucrânia. Suspeito de espalhar informações falsas sobre as Forças Armadas russas, o opositor enfrenta mais de 30 anos de prisão.
Segundo a agência de notícias, as sanções têm na mira a juíza de Moscovo Elena Lenskaya, os investigadores especiais Andrei Zadachin e Danila Mikheev, a testemunha especialista do governo russo no caso contra Kara-Murza Oleg Sviridenko, vice-ministro da Justiça russo, e os dois juízes Diana Mishchenko e Ilya Kozlov.
"Os Estados Unidos reiteram o seu apelo pela libertação imediata e incondicional de Kara-Murza e estão empenhados em garantir que as tentativas de Vladimir Putin de silenciar os críticos não tenham sucesso", disse o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken.
Kara-Murza, que tem cidadania britânica e russa, e que carregou o caixão no funeral do senador norte-americano John McCain em 2018, era um assessor próximo do líder da oposição russa Boris Nemtsov, que foi morto a tiro no centro de Moscovo em 2015.
O opositor alega ter sido envenenado por forças do Kremlin em 2015 e 2017, chegando mesmo a entrar em coma nas duas ocasiões, do qual acabaria por recuperar.
O Departamento de Estado dos EUA também impôs restrições de visto a Lenskaya e Zadachin, negando-lhes a entrada, bem como às suas famílias imediatas, nos Estados Unidos.
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