Apreensão de armas para o Iémen? "Informação falsa", alega Irão
O Irão classificou hoje como "informação falsa" o anúncio das Marinhas britânica e norte-americana da apreensão no Golfo de Omã de um carregamento de armas de fabrico iraniano com destino ao Iémen.
© Reuters
Mundo Irão
As autoridades britânicas revelaram na quinta-feira que a Marinha Real do Reino Unido tinha apreendido mísseis antitanque e peças para conjuntos de mísseis balísticos ao intercetar no Golfo de Omã uma pequena embarcação que se dirigia do Irão para o Iémen.
A apreensão, realizada a 23 de fevereiro, mas apenas divulgada na quinta-feira, ocorre após outras operações idênticas feitas pelas forças francesas e norte-americanas na região, numa altura em que as potências ocidentais aumentam a pressão sobre o Irão.
Desde 2014, o Iémen atravessa um conflito em que o Governo - apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita -- acusa os rebeldes xiitas Huthis de serem apoiados militarmente pelo Irão, alegações que o regime de Teerão nega.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano acusou o Ocidente de querer desviar a atenção das armas que alegadamente fornece à coligação pró-governamental.
"Países que foram os principais responsáveis pela guerra ao longo da história (...) estão a tentar enganar a opinião pública mundial, fazendo circular falsas alegações", disse o porta-voz do ministério, Nasser Kanani, citado num comunicado.
"Os países que causaram a morte de pessoas e a destruição do Iémen, ao enviar milhares de milhões de dólares em armas para a coligação, não estão em posição de culpar outros", acrescentou Kanani.
O vice-almirante Brad Cooper, do Comando Central das Forças Navais dos EUA, disse que esta foi "a sétima apreensão de armas ou drogas ilegais nos últimos três meses", no que considera ser "mais um exemplo da atividade marítima prejudicial do Irão na região".
Uma resolução das Nações Unidas proíbe a transferência de armas para os rebeldes Huthis. O regime de Teerão tem rejeitado sempre a acusação de armar os rebeldes, apesar de várias evidências em sentido contrário.
Segundo a Marinha dos EUA, mais de 5.000 armas, 1,6 milhões de munições, 7.000 mísseis de proximidade e 30 mísseis guiados antitanque foram apreendidos nos últimos três meses nesta rota marítima.
O conflito no Iémen iniciou-se em 2014 após os Huthis se terem revoltado contra o Governo e assumido o controlo da capital Sanaa e de outras províncias do norte e oeste do país. No ano seguinte, uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita envolveu-se no conflito contra o movimento xiita rebelde.
A ONU considera que esta guerra, que já causou mais de 150 mil mortos, sobretudo civis, provocou uma das piores crises humanitárias do mundo.
Na primavera de 2022, e graças a uma trégua de seis meses negociada pela ONU, foi decretado um frágil cessar-fogo, que expirou em outubro.
Leia Também: Mais de 90 pessoas já foram executadas este ano no Irão
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com