Al-Qaeda confirma morte de um dos líderes em ataque de drone no Iémen

O responsável da Al-Qaeda na Península Arábica confirmou, esta segunda-feira, a morte de um dos líderes da organização, o "chefe de media", e de outro membro, por alegado drone dos EUA no centro do Iémen no mês passado.

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Lusa
06/03/2023 23:03 ‧ 06/03/2023 por Lusa

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Al-Qaeda

O anúncio, feito domingo num obituário de cinco páginas publicado em sites militantes normalmente usados pelo grupo extremista, refere que o chefe de media do grupo, Hamad al-Tamimi, foi morto junto com outro membro da Al Qaeda quando um suposto ataque de drones dos EUA atingiu a sua residência, no centro do Iémen, em 26 de fevereiro.

A CIA, segundo a Associated Press, escusou-se a comentar o alegado ataque.

Segundo a Al Qaeda, Hamad al-Tamimi, chefe de imprensa do grupo terrorista, foi morto junto com outro membro da organização da Al Qaeda quando a sua casa, perto da cidade central do Iémen de Marib, foi atingida no mês passado num suposto ataque dos EUA.

Dias após este ataque em fevereiro, os militares dos EUA negaram a realização de qualquer ataque no Iémen naquela semana, enquanto a CIA recusou-se a comentar.

Três anciãos tribais iemenitas, sob anonimato por medo de represálias de extremistas presentes em Marib, disseram à Associated Press (AP) que o ataque teve como alvo uma casa onde al-Tamimi morava, na área de Wadi Ubaydah, não muito longe do local onde ocorreu um outro suposto ataque dos EUA, que matou três elementos do grupo em janeiro.

Nesse ataque em janeiro, os supostos membros da Al Qaeda parecem ter sido mortos por um Hellfire R9X, também conhecido como "Ginsu voador" ou "bomba de faca", segundo as imagens dos destroços analisadas pela AP e especialistas em armas.

Os dois ataques levantam questões sobre a campanha secreta de drones dos EUA no Iémen, que começou há cerca de 20 anos.

A Al-Qaeda na Península Arábica, também conhecida pela sigla AQAP, atua em várias regiões do Iémen, incluindo Marib e outras províncias distantes.

Anos de guerra civil, que opôs os rebeldes Houthi, apoiados pelo Irão e uma coligação liderada pela Arábia Saudita, lutando para restaurar o governo internacionalmente reconhecido do Iémen ao poder, permitiram que a Al Qaeda mantivesse presença, particularmente em áreas remotas e sem lei do Iémen.

A guerra do Iémen começou em 2014, quando os Houthis saíram do seu reduto no norte e tomaram a capital, Sana, junto com grande parte do norte do país. A coaligação liderada pela Arábia Saudita interveio em 2015. O conflito gerou uma das piores crises humanitárias do mundo.

Leia Também: Reino Unido tem prova de ligação do Irão a armamento da rebelião iemenita

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