Pelo menos 125 corpos de civis ainda estão por identificar em Izium

A Human Rights Watch (HRW) denunciou, em outubro do ano passado, que as forças russas usaram sete instalações em Izium para prender e torturar residentes durante o período de ocupação, que ocorreu entre março e início de setembro.

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Notícias ao Minuto com Lusa
08/03/2023 12:57 ‧ 08/03/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A cidade de Izium é uma das mais fustigadas pela invasão russa na Ucrânia, com civis torturados e detidos e valas comuns encontradas com dezenas de corpos.

Uma reportagem da Sky News dá conta que os moradores da cidade ucraniana, localizada às margens do rio Donetsk, na região de Kharkiv, examinam cada passo em busca de minas terrestres e os sobreviventes continuam à espera em agonia para que os corpos dos seus entes queridos sejam identificados. 

A cidade de Izium, um antigo centro estratégico de abastecimento para as tropas russas, foi retomada pelas forças ucranianas em setembro, mas ainda sofre o legado de seis meses da brutalidade da invasão russa, com civis torturados, capturados e detidos arbitrariamente, assim como a descoberta de valas comuns com centenas de corpos e bairros inteiros destruídos pelos bombardeamentos.

Halyna Zhyharovam, de 71 anos, contou que oito familiares morreram, num total de 52 pessoas que estavam abrigadas dentro de um abrigo.

"Houve um ataque aéreo e um avião atirou uma bomba para o meio da casa deles. Eles estavam no abrigo. Todos morreram", disse em declarações à Associated Press.

Os corpos de sete familiares foram exumados, já em avançado estado de decomposição em setembro, mas ainda aguarda a identificação da sua neta.

Segundo o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Nacional de Kharkiv, Serhii Bolvinov, citado pela Sky News, dos 451 corpos exumados em Izium - incluindo quase 440 encontrados em valas comuns - 125 ainda não foram identificados.

De recordar que, no final de setembro e início de outubro do ano passado, a Human Rights Watch (HRW) falou com mais de 100 pessoas em Izium - que estiveram aí durante a ocupação russa da cidade - e quase todos disseram ter um familiar ou amigo que tinha sido torturado.

As forças russas usaram sete instalações em Izium para prender e torturar residentes durante o período de ocupação, incluindo duas escolas, onde mantiveram os detidos, após terem sido retirados das suas casas ou capturados num mercado ao ar livre.

As pessoas que foram torturadas relataram episódios em que receberam choques elétricos ou foram espancados com as mãos, coronhas de espingardas, canos de metal, canos de plástico, mangueiras de borracha ou sacos de areia.

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