Morte de Tyre Nichols gera revisão no departamento de Polícia de Memphis
O Departamento de Justiça norte-americano anunciou hoje que revirá as políticas da Polícia de Memphis sobre o uso da força, estratégias de desescalada e unidades especializadas em resposta ao homicídio do jovem afro-americano Tyre Nichols.
© Justin Sullivan/Getty Images
Mundo EUA
Enquanto isso, um juiz ordenou que as imagens de vídeo e outras informações pertencentes ao caso Nichols, que deveriam ser divulgadas hoje, fossem adiadas para dar aos advogados tempo para as rever.
A revisão do Departamento de Justiça foi solicitada pelo prefeito e chefe de polícia da cidade. Num esforço separado, o Departamento examinará o uso de unidades especializadas em todo o país e produzirá um guia para chefes de polícia e prefeitos sobre o seu uso, de acordo com um anuncio oficial.
"Após a trágica morte de Tyre Nichols, o Departamento de Justiça ouviu chefes de polícia de todo o país que estão a avaliar o uso de unidades especializadas, para que, quando usadas, tenham uma gestão, supervisão e responsabilidade apropriadas", disse a procuradora-geral adjunta Vanita Gupta.
O Departamento de Justiça norte-americano já havia aberto uma investigação de direitos civis sobre a morte de Nichols.
As autoridades planeavam divulgar hoje cerca de 20 horas de vídeo e áudio relacionados à prisão do motorista de 29 anos que morreu em 10 de janeiro, três dias após ser violentamente agredido por vários polícias numa operação de transito.
Contudo, a divulgação foi suspensa após um juiz conceder uma moção de adiamento dos advogados de defesa de cinco polícias acusados de homicídio na morte de Nichols.
O juiz ordenou que qualquer divulgação de vídeo, áudio, relatórios e arquivos pessoais dos funcionários da cidade de Memphis relacionados à investigação de Nichols, incluindo os resultados das audiências administrativas, deve aguardar "até que o Estado e os réus analisem essas informações".
Uma vez divulgado, o vídeo adicional será adicionado às imagens já públicas das câmaras do corpo da polícia e a uma câmara de vigilância que deu ao mundo uma visão detalhada da agressão da polícia a Nichols.
Blake Ballin, advogado de um dos cinco polícias acusados, disse que a moção pretendia preservar o seu direito a um julgamento justo e evitar a divulgação pública de evidências que poderiam ser "irrelevantes, prejudiciais, enganosas ou inadmissíveis".
"É vital que os jurados em potencial não formem opiniões ou tirem conclusões antes de ouvir as evidências reais neste caso", disse o advogado.
A morte de Tyre Nichols ocorreu em 10 de janeiro, após ser severamente espancado na sequência de uma operação de trânsito por condução imprudente em 07 de janeiro, quando regressava a casa após ter estado num parque.
Um advogado da família disse que o vídeo mostra o jovem a ser espancado pelos polícias como uma "pinhata humana". Nichols foi hospitalizado em estado crítico, mas não resistiu à brutalidade dos agentes.
Além de Memphis, o Departamento de Justiça também descobriu que a polícia de Louisville, no Kentucky, se envolveu num padrão de violação dos direitos constitucionais e discriminação contra a comunidade negra após uma investigação iniciada pelo tiro fatal de Breonna Taylor, uma jovem de 26 anos foi morta a tiros no seu apartamento durante uma busca policial em março de 2020.
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