O Estado-Maior Conjunto sul-coreano disse ter detetado dois mísseis balísticos de curto alcance disparados a partir da cidade costeira de Jangyon, na província de Hwanghae do Sul, no sudeste do país, entre as 07h41 (22h41 de segunda-feira em Lisboa) e 07h51.
"As nossas forças armadas aumentaram a vigilância em antecipação a outros lançamentos, enquanto estão prontas para intervir no âmbito da estreita cooperação entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos", disse o Estado-Maior Conjunto, num comunicado.
Um segundo comunicado revelou que os mísseis caíram nas águas do Mar do Japão depois de voarem cerca de 620 quilómetros.
O Estado-Maior Conjunto disse que a inteligência militar sul-coreana e norte-americana "estão a analisar exaustivamente" os lançamentos para obter mais informação e condenou os lançamentos como graves provocações e uma clara violação de resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse a jornalistas que as autoridades ainda estão a reunir detalhes dos lançamentos norte-coreanos e que não houve relatos imediatos de danos em águas nipónicas.
Na segunda-feira, Pyongyang tinha declarado que testara o disparo de dois mísseis de cruzeiro a partir de um submarino.
O lançamento demonstra "a posição invariável" da Coreia do Norte face a uma situação em que "os imperialistas americanos e as forças fantoches sul-coreanas avançam de forma cada vez menos dissimulada nas suas manobras militares" contra Pyongyang, disse a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.
Estes lançamentos de mísseis norte-coreanos surgem depois de as Forças Armadas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul terem iniciado, também na segunda-feira, as maiores manobras conjuntas no terreno nos últimos anos.
Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, disse que, embora Pyongyang justifique regularmente os testes de mísseis apontando o dedo a exercícios militares no Sul, eles também servem um propósito nacional.
"Em grande parte trata-se do regime de Kim não parecer fraco enquanto lida com dificuldades económicas internas e enquanto a Coreia do Sul tem conseguido reforçar o seu poder de fogo convencional e as parcerias na defesa", disse à agência France-Presse.
"Podemos esperar mais demonstrações de força de Pyongyang," acrescentou Easley.
"Outros lançamentos de mísseis, com variações de estilo e alcance, e até mesmo um teste nuclear são esperados. Outros atos de intimidação por parte da Coreia do Norte não devem ser uma surpresa", disse Chun In-bum, general aposentado da Coreia do Sul.
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