Governo de unidade palestiniano anunciado
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, deverá anunciar na quinta-feira um Governo de unidade e que porá termo a sete anos de executivos rivais na Cisjordânia e Faixa de Gaza, anunciou hoje um responsável oficial.
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"Terminámos as consultas sobre o Governo de consenso nacional", referiu à agência noticiosa AFP Azzam al-Ahmed, representante da Fatah, o movimento de Abbas, nas negociações com líderes do Hamas que decorreram em Gaza.
"O anúncio virá do presidente nos próximos dois dias" e o novo executivo será dirigido "pelo atual primeiro-ministro da Autoridade palestiniana, Rami Hamdallah", assegurou.
Al-Ahmed revelou ainda que prosseguem os contactos com o Egito sobre o posto fronteiriço de Rafah "que voltará a funcionar após a formação do Governo", numa referência ao único acesso ao território palestiniano de Gaza que não é controlado por Israel.
Moussa Abu, representante do Hamas nas conversações, confirmou que "será Rami Hamdallah a dirigir o Governo de consenso".
O Egito, "patrocinador oficial" da reconciliação palestiniana, está envolvido numa eleição presidencial na qual o ex-chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Sisi, é considerado amplamente favorito.
As relações entre o Egito e o Hamas deterioraram-se após a destituição pelos militares, em 3 de julho, do presidente Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, uma organização de onde também provém o Hamas.
A Organização de Libertação da Palestina (OLP), dominada pela Fatah, assinou em 23 de abril um acordo de reconciliação com o Hamas, pelo qual as duas partes dispunham de cinco semanas para formar um "Governo independente" de tecnocratas dirigido por Abbas.
O acordo sobre o Governo de unidade prevê designadamente a formação de um executivo de unidade integrado por personalidades independentes, sem mandato político, e que deverá organizar eleições gerais num prazo de seis meses.
Nas últimas legislativas, que decorreram em 2006, o Hamas obteve uma vitória confortável sobre a Fatah.
No entanto, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos continuam a recusar dialogar com o movimento islamita e exigem como condição prévia que renuncie à violência, reconheça Israel e aceite os anteriores acordos de paz.
Representantes das duas fações rivais mantiveram diversos encontros para dissipar as divergências, na sequência da guerra fratricida em 2007 e que implicou a expulsão da Fatah de Gaza, com um balanço de dezenas de mortos, feridos e detidos.
O acordo de reconciliação anunciado em abril motivou uma reação intempestiva de Israel e serviu de pretexto para interromper de vez as conversações de paz entre o Estado judaico e a liderança de Abbas, patrocinadas pelos Estados Unidos.
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