"Um professor tentou atravessar" na segunda-feira e "o corpo foi encontrado já durante a noite por pescadores", depois de ter sido levado pela corrente, contou José Jofresse, chefe da localidade de Nicoadala, junto ao local onde o rio cobre a via.
Outro jovem "também tentou atravessar" na segunda-feira, mas foi arrastado pelo caudal e ainda não foi encontrado.
Apesar de o rio já ter perdido força, os sinais de destruição mostram a fúria provocada pela chuva intensa: há um camião tombado para fora da estrada, árvores arrancadas do chão e deslizamentos de terras.
Há pavimento da estrada suspenso, quase sem aterro que o sustente, por onde veículos pesados teimam em passar.
A estrada é uma das que faz ligação a Quelimane, capital provincial da Zambézia e hoje há uma fila de dezenas de camiões e autocarros que esperam por condições de circulação.
A situação "é frequente", o cenário verificou-se também "no ano passado, mas não com esta força", acrescentou Jofresse.
Ao notarem um abrandamento da corrente, os passageiros dos autocarros fazem-se ao caminho, a pé, atravessando a zona inundada.
"O rio cortou aqui e no outro lado, por isso, estamos a fazer esta travessia", justificou uma das pessoas, que não acredita numa resolução rápida do problema.
O número oficial de mortes na segunda passagem do ciclone Freddy por Moçambique mantém-se em 10, segundo o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), enquanto no Maláui subiu para 190.
A organização Amnistia Internacional disse hoje em comunicado que estes números vão provavelmente subir e que os dois países devem ser compensados por serem dos que menos poluição provocam, mas dos que mais sofrem com as alterações climáticas.
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