Forças russas disparam munições de fósforo branco perto de Bakhmut

As forças russas dispararam hoje munições incendiárias de fósforo branco numa área desabitada em Chassiv Iar, perto de Bakhmut, no leste da Ucrânia, constatou a agência France-Presse (AFP).

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Lusa
14/03/2023 19:09 ‧ 14/03/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Dois projéteis foram lançados, em intervalos de cinco minutos, pelas 16h45 (14h45 em Lisboa), numa estrada a sul da localidade, em direção à cidade vizinha de Bakhmut, onde decorre a batalha mais longa e sangrenta desde o início da invasão russa da Ucrânia.

O zumbido dos dois projéteis foi seguido por explosões de submunições que libertaram inúmeras bolas brancas incandescentes de fósforo que caíram lentamente na vertical, de acordo com a mesma fonte.

Uma vez no solo, as bolas incendiárias pegaram fogo à vegetação de cada lado da via, numa área aproximadamente equivalente à de um campo de futebol.

A AFP não conseguiu confirmar se o local visado era uma posição ou um acampamento das forças de Kiev, mas uma carrinha verde com uma cruz branca, sinal do Exército ucraniano, estava estacionada à entrada de um caminho, na zona incendiada.

As primeiras habitações ficam a cerca de 200 metros de uma das extremidades da área afetada.

As munições de fósforo são armas incendiárias cuja utilização é proibida contra civis, mas não contra alvos militares, ao abrigo de uma convenção assinada em 1980 em Genebra.

Kyiv tem acusado Moscovo de utilizar estas munições em várias ocasiões desde o início da ofensiva, em particular contra a população civil, o que o Exército russo rejeita categoricamente.

A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.231 civis mortos e 13.734 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Kyiv insiste que continuará a defender a linha da frente em Bakhmut

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