Dois projéteis foram lançados, em intervalos de cinco minutos, pelas 16h45 (14h45 em Lisboa), numa estrada a sul da localidade, em direção à cidade vizinha de Bakhmut, onde decorre a batalha mais longa e sangrenta desde o início da invasão russa da Ucrânia.
O zumbido dos dois projéteis foi seguido por explosões de submunições que libertaram inúmeras bolas brancas incandescentes de fósforo que caíram lentamente na vertical, de acordo com a mesma fonte.
Uma vez no solo, as bolas incendiárias pegaram fogo à vegetação de cada lado da via, numa área aproximadamente equivalente à de um campo de futebol.
A AFP não conseguiu confirmar se o local visado era uma posição ou um acampamento das forças de Kiev, mas uma carrinha verde com uma cruz branca, sinal do Exército ucraniano, estava estacionada à entrada de um caminho, na zona incendiada.
As primeiras habitações ficam a cerca de 200 metros de uma das extremidades da área afetada.
As munições de fósforo são armas incendiárias cuja utilização é proibida contra civis, mas não contra alvos militares, ao abrigo de uma convenção assinada em 1980 em Genebra.
Kyiv tem acusado Moscovo de utilizar estas munições em várias ocasiões desde o início da ofensiva, em particular contra a população civil, o que o Exército russo rejeita categoricamente.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Atualmente, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.231 civis mortos e 13.734 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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