"A Save the Children está alarmada depois de saber que muitas crianças foram deportadas e transferidas à força, e que muitas perderam contacto com as suas famílias e ente queridos", assinala a diretora da Organização Não Governamental (ONG) Save the Children da Ucrânia, Sonia Khush.
A ONG recorda que mais de 21.000 pessoas morreram ou ficaram feridas desde o inicio da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, e que perto de 1.500 crianças morreram ou ficaram feridas, ainda que a ONU acredite que o número real de vítimas seja superior.
O conflito armado obrigou mais de cinco milhões de pessoas a abandonarem a Ucrânia e, atualmente, quase 19 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária no país.
A Save the Children recorda que o relatório da ONU descreve muitas violações graves contra crianças, incluindo a execução de um rapaz de 14 anos, casos de violência sexual e de género contra crianças com apenas 4 anos, e um caso de confinamento ilegal em que os detidos, incluindo crianças, foram mantidos na cave de uma escola ao lado de idosos que morreram em cativeiro.
"A Comissão de Investigação da ONU destacou de forma impressionante os problemas com que temos lutado, incluindo a discrepância de números e a resposta excessivamente politizada à situação na Ucrânia", indicou Khush.
"Ainda assim, precisamos de uma investigação separada que analise todo o espetro de violações dos direitos das crianças", aponta a responsável humanitária.
A ONG insta assim a comunidade internacional a adotar uma abordagem holística de responsabilização, incluindo o direito judicial, mas também o direito das vítimas à verdade, reparação e não repetição, e apela a uma investigação exaustiva que se centre nas investigações graves e outras violações dos direitos das crianças.
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