O balanço foi dado pela diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti, durante uma conferência de imprensa 'online' sobre a situação humanitária provocada pelo ciclone Freddy.
Moeti avançou que o temporal feriu 1.400 pessoas nos três países e destruiu mais de 300 unidades de saúde, "sobrecarregando a capacidade dos sistemas de saúde" dos países afetados.
Escolas, estradas e outras infraestruturas também foram destruídos ou danificados pelo Freddy, acrescentou.
A diretora da OMS para África assinalou que uma extensa área de culturas agrícolas ficou inundada, criando o receio de fome nas comunidades afetadas.
No total, prosseguiu, quase 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pela passagem do temporal.
"Temos de aumentar a assistência humanitária para ajudar as populações atingidas a lidar com a emergência e na recuperação", enfatizou.
O ciclone Freddy provocou surtos de cólera nos países afetados e fez aumentar casos de malária e de outras doenças preveníveis, enfatizou Matshidiso Moeti.
A OMS, continuou, já disponibilizou oito milhões de dólares (7,3 milhões de euros) para o apoio nos cuidados de saúde às comunidades afetadas pelo ciclone e proporcionou formação ao pessoal médico envolvido nas operações de assistência.
Aquela organização também mobilizou 184 toneladas de material médico e fármacos, no âmbito do apoio de emergência às vítimas do ciclone Freddy.
Aquela responsável notou que o impacto do ciclone foi exacerbado pelos eventos climáticos extremos e agravou a vulnerabilidade das populações.
Freddy é já um dos ciclones de maior duração e trajetória nas últimas décadas, tendo viajado mais de 10 mil quilómetros desde que se formou ao largo do norte da Austrália em 04 de fevereiro e atravessou todo o oceano Índico até à África Austral.
O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagáscar em 21 de fevereiro e regressou à ilha a 05 de março.
Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto a 24 de fevereiro, voltou a tocar terra há duas semanas.
Leia Também: Passagem de ciclone Freddy em Moçambique provocou já 165 mortos