De acordo com o tribunal, Nicholas e Mackenzie Spencer, ambos com 32 anos, enfrentam acusações de "tráfico agravado" de uma criança e "tortura agravada" do rapaz alegadamente feitas entre dezembro de 2020 e dezembro de 2022.
O casal foi detido em dezembro, na sequência de uma denúncia da ama da criança, que frequentava uma escola para crianças portadoras de deficiência, em que aquela relatou "repetidos tratamentos desumanos e inapropriados".
Além das acusações de "tortura" e "tráfico" de crianças, que implicam uma pena de prisão perpétua, o casal é ainda acusado de permanecer no Uganda com um visto caducado.
O casal, que nega todas as acusações, foi detido numa prisão de alta segurança fora da capital, Kampala.
Na audiência de hoje sobre a fiança, o juiz Isaac Muwata libertou o casal mediante o pagamento de uma fiança de 50 milhões de xelins ugandeses (12.000 euros) e na condição de entregarem os seus passaportes às autoridades ugandesas, disse o seu advogado, David Mpanga, citado pela agência France-Presse.
O casal disse ao juiz que ambos sofriam de uma condição rara que não podia ser tratada adequadamente no sistema prisional ugandês, tendo o magistrado concordado que o casal poderia ser libertado da prisão para tratamento.
Quando foram detidos em dezembro, os investigadores encontraram provas de que a criança dormia numa "plataforma de madeira, sem colchão".
O rapaz era uma das três crianças a cargo do casal.
As adoções internacionais de crianças criaram controvérsia no Uganda.
Em 2020, as autoridades dos Estados Unidos da América processaram e impuseram sanções económicas a uma organização de adoção com sede nos EUA que colocou crianças não órfãs em famílias norte-americanas.
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