Herói que inspirou "Hotel Ruanda" já foi libertado e chegou ao Qatar
Paul Rusesabagina, homem cuja história é contada no filme "Hotel Ruanda", chegou ao Qatar depois de ter sido libertado da prisão onde cumpria uma pena de 25 anos por ligação ao terrorismo, confirmaram as autoridades norte-americanas.
© Getty
Mundo Paul Rusesabagina
"Posso confirmar que Paul Rusesabagina deixou o Ruanda e está atualmente em Doha", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, segundo o The New York Times.
Kirby salientou que o homem, que também tem nacionalidade belga, "começará em breve a sua viagem para os Estados Unidos", sem dar mais pormenores.
Rusesabagina foi libertado no sábado depois de ter conseguido um perdão do Presidente do seu país, Paul Kagamé, do qual é um adversário.
O homem que inspirou o filme "Hotel Ruanda" foi preso em agosto de 2020 e condenado a 25 anos de prisão pelo Supremo Tribunal do Ruanda pelo seu papel na liderança do Movimento Ruandês para a Mudança Democrática (MRDC), o braço político do grupo rebelde Frente de Libertação Nacional (FLN), que reivindicou a responsabilidade por vários ataques terroristas entre 2018 e 2019, que causaram a morte de pelo menos nove pessoas.
Rusesabagina reconheceu, em finais de setembro de 2020, as suas ligações à FLN, embora tenha afirmado que o seu papel era apenas de natureza "diplomática". Argumentou que o MRDC criou o FLN "como uma ala armada, e não como um grupo terrorista, como alega o procurador". "Não nego que o FLN cometeu crimes, mas o meu papel era diplomático", afirmou.
A ONU denunciou que a detenção foi efetuada arbitrariamente e em circunstâncias estranhas, e questionou a imparcialidade de um julgamento. Ao mesmo tempo que recordou o historial de Rusesabagina como crítico do Governo de Kagamé e em defesa dos direitos humanos.
Rusesabagina é conhecido mundialmente pelo filme "Hotel Ruanda". Como gerente interino do Hotel Mille Collines, em Kigali, conseguiu proteger mais de 1.200 tutsis e hutus moderados durante o genocídio de 1994 no Ruanda - no qual quase 800.000 tutsis e hutus moderados foram massacrados - utilizando os seus contactos.
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