Zâmbia. Autoridades advertem contra protestos em visita de Kamala Harris
As autoridades zambianas advertiram hoje que não permitirão protestos que envergonhem o governo e o país, no âmbito da visita de sexta-feira da vice-presidente norte-americana, após a oposição denunciar uma alegada tentativa de impor os direitos da comunidade LGBTQ.
© Reuters
Mundo Zâmbia
O Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, disse compreender "as preocupações" da Frente Patriótica da oposição e comprometeu-se a "encetar um diálogo construtivo" para resolver as preocupações e evitar os protestos.
Por seu lado, o ministro do Interior, Jack Mwiimbu, criticou a Frente Patriótica por ter suscitado protestos para prejudicar a imagem do Governo quando o Presidente já deixou claro que não aceitará interferências externas e que serão mantidas políticas repressivas contra a comunidade LGBTQ.
No âmbito de uma deslocação a África, Kamala Harris esteve terça-feira no Gana e deverá chegar hoje à Tanzânia, antes de participar na sexta-feira na chamada Cimeira da Democracia na Zâmbia, que reúne representantes dos Estados Unidos, Costa Rica, Holanda e Coreia do Sul.
"Desafiamos a Presidente Hichilema a olhar a vice-presidente Harris nos olhos e a dizer-lhe, na cara, que a Zâmbia nunca aceitará relações entre pessoas do mesmo sexo. Este é o maior teste de liderança que lhe pedimos e, se falhar, falhará com as gerações atuais e futuras", disse a Frente Patriótica, de acordo com o portal de notícias do Lusaka Times.
A homossexualidade é ilegal na Zâmbia, embora exista um movimento crescente para a descriminalizar e promover os direitos LGBTQ.
Embora a Cimeira da Democracia vise promover os valores democráticos, as ameaças da oposição realçaram o longo caminho a percorrer em termos de tolerância.
A delegação da Amnistia Internacional (AI) na Zâmbia apelou ao Governo para proteger os direitos das pessoas LGBTQ, encetar um diálogo com as partes interessadas e assegurar que a cimeira não será afetada.
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