Morreu Yunupingu, pioneiro da defesa dos direitos aborígenes na Austrália
O líder aborígene Yunupingu, reconhecido como um "tesouro vivo" pela Austrália e pioneiro na defesa dos direitos do seu povo, morreu hoje, aos 74 anos, anunciou o governo.
© Tamati Smith/Getty Image
Mundo Austrália
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, lamentou a perda de "um dos maiores da Austrália" e de "um estadista".
Yunupingu desempenhou um papel crucial na luta dos aborígenes pelo reconhecimento do direito às terras ancestrais, nos anos de 1960 e 1970.
Durante décadas fez campanha para que os aborígenes, povo que estava na Austrália antes da chegada dos colonos europeus, fossem reconhecidos pela Constituição, questão que será submetida a referendo no final deste ano.
Oriundo da Terra de Arnhem, no extremo norte do país, Yunupingu ganhou proeminência no início dos anos de 1960, quando juntamente com o povo Yolngu, apresentou petições ao parlamento, feitas em casca de árvore para protestar contra um projeto de mineração nas terras.
A Terra de Arnhem é uma região com perto de 97 mil quilómetros quadrados e uma população de mais de 16 mil habitantes, situada no canto nordeste do Top End do Território do Norte, a cerca de 500 quilómetros da capital do território, Darwin.
O líder, que morreu de doença, era também um "mestre de cerimónias e um guardião das linhas de canto", através das quais o povo Yolngu perpetua a memória oral, de acordo com a Fundação Yothu Yindi. Em 1998, foi reconhecido como um "tesouro vivo" pelo Governo australiano.
"Yunupingu moveu-se em dois mundos com autoridade, poder e graça e trabalhou para que formassem um todo, juntos", disse Albanese.
Os aborígenes habitam a Austrália há cerca de 65 mil anos, de acordo com várias estimativas, mas têm sido sujeitos a várias formas de discriminação, opressão e espoliação desde que a colonização britânica começou no século XVIII.
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