Coreia do Sul avisa Norte para não usar zona industrial sem autorização
A Coreia do Sul advertiu hoje que irá tomar as "medidas necessárias" se Pyongyang continuar a utilizar, sem autorização de Seul, um complexo industrial conjunto, situado no Norte.
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"A Coreia do Norte deve parar imediatamente. Se a Coreia do Norte não responder ao nosso pedido, tomaremos as medidas necessárias com base no facto de ter admitido operar o complexo sem autorização", avisou Seul, sem especificar a tipo de medidas a que se referia.
Mais de 50 mil trabalhadores norte-coreanos trabalharam no complexo industrial de Kaesong, no fabrico de vários produtos, de relógios a vestuário, para cerca de 125 empresas sul-coreanas que forneceram financiamento e equipamento.
Em 2016, Seul retirou-se do projeto, lançado após a cimeira intercoreana de 2000 e considerado um símbolo de reconciliação entre Norte e Sul, em resposta a um ensaio nuclear e ao lançamento de mísseis por Pyongyang, alegando que os lucros de Kaesong estavam a ajudar a financiar as provocações.
Mas Pyongyang continuou a utilizar as instalações e propriedades da Coreia do Sul sem autorização, afirmou o Ministério da Unificação sul-coreano.
O gabinete de ligação da Coreia do Sul exigiu já a suspensão das atividades no complexo industrial, mas a Coreia do Norte recusou aceitar o aviso, disse Seul.
O anúncio veio um dia depois de o jornal norte-coreano Rodong Sinmun ter publicado uma série de fotografias mostrando o que parece ser um autocarro sul-coreano a conduzir à volta de Pyongyang.
O autocarro foi alegadamente utilizado para transportar funcionários norte-coreanos do complexo Kaesong antes do encerramento, disse o Ministério.
Quando foi aberta, a zona comercial era praticamente a única forma de cooperação económica entre as duas Coreias, fornecendo divisas valiosas ao empobrecido Norte, bem como mão-de-obra barata e benefícios fiscais às empresas do Sul.
A Coreia do Norte intensificou o desenvolvimento militar e nuclear desde o fracasso cimeira de Hanói (Vietname) de 2019, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Em março, testou uma arma, descrita pelos meios de comunicação social estatais norte-coreanos como um "drone de ataque nuclear subaquático", e lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM).
Desde o início do ano passado que as autoridades de Seul e Washington têm advertido para a possível realização de um sétimo teste nuclear norte-coreano.
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