A delegação de Omã, que aterrou na capital do Iémen acompanhada do principal negociador huthi, Mohamed Abdelsalam, pretende abordar com os líderes dos rebeldes xiitas pró-iranianos os pormenores de um acordo com a Arábia Saudita, país que intervém na guerra desde 2015, disse à agência de notícias espanhola Efe uma fonte huthi.
"Se Deus quiser, os esforços serão bem-sucedidos e terão como resultado um acordo de paz que satisfaça as exigências do nosso querido povo iemenita", escreveu, por seu lado, Abdelsalam na sua conta da rede social Twitter.
Analistas e meios de comunicação social árabes não descartam um importante avanço nas negociações para resolver o conflito bélico no Iémen desde que a Arábia Saudita e o Irão, as duas potências sunita e xiita do Médio Oriente, anunciaram em março um acordo, com a mediação da China, para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas desde 2016.
A guerra no Iémen começou em 2014, quando os rebeldes huthis, apoiados pelo Irão, pegaram em armas e tomaram Sanaa e grandes parcelas de território do norte e do oeste do país.
Um ano depois, uma coligação militar árabe, liderada pela Arábia Saudita, interveio no conflito para repor o Governo internacionalmente reconhecido como legítimo.
Os rebeldes e o Governo ainda não chegaram a acordo para prolongar o cessar-fogo iniciado em abril de 2022 e que expirou após seis meses sem combates, que proporcionaram o mais longo período de relativa calma no Iémen desde o início da guerra no país.
Por outro lado, fontes huthis disseram hoje que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu o adiamento por três dias da troca de 887 prisioneiros, acordado a 20 de março e agendado para a próxima terça-feira, 11 de abril, "para completar as entrevistas com os prisioneiros que serão incluídos" nessa troca.
Nos termos desse acordo, mediado pela ONU e pelo CICV, o Governo apoiado pela Arábia Saudita libertará 706 combatentes, ao passo que o grupo rebelde fará o mesmo com 181 prisioneiros pró-Governo, entre os quais cidadãos sauditas e sudaneses, segundo fontes huthis.
Este pacto faz parte de um acordo mais abrangente alcançado em 2018 em Estocolmo entre as partes em conflito, que incluía a troca de 15.000 prisioneiros, mas até agora só se concretizou a libertação de cerca de 4.000.
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