Delegação saudita e de Omã chega ao Iémen para discutir processo de paz
Uma delegação da Arábia Saudita e de Omã chegou na noite de sábado a Sana para discutir com os líderes rebeldes Huthis a possibilidade de iniciar um processo de paz, declararam hoje fontes do Conselho Político Supremo Huthi.
© Mohammed Hamoud/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Iémen
A presença de representantes sauditas é um divisor de águas, já que Riade é o grande aliado do Governo iemenita reconhecido pela comunidade internacional na luta contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
De acordo com a agência de notícias Europa Press, citando a agência noticiosa Huthi Saba, a delegação de Omã e da Arábia Saudita irá reunir-se com o presidente do Conselho Político Supremo, marechal de campo Mehdi al-Mashat.
Nesta reunião discutirão "o levantamento do 'cerco', com todas as suas consequências"; o "fim da agressão", termo dos Huthis para a ajuda militar saudita ao Governo iemenita guerra; e "a restauração dos direitos do povo iemenita".
Entre as questões mais específicas que a delegação e a liderança Huthi irão abordar estarão "o pagamento de salários aos funcionários públicos e os lucros do petróleo e do gás", acrescentou o comunicado.
Oficialmente, os Huthis reconheceram apenas a presença no país da delegação de Omã - mediadora nos esforços de cessar-fogo entre os insurgentes e o Exército iemenita -, que foi recebida na noite de sábado pelo principal negociador Huthi, Mohamed Abdulsalam, que anunciou a chegada do grupo negociador na rede social Twitter.
Antecipando a visita da delegação, a Arábia Saudita libertou 13 prisioneiros de guerra Huthis no quadro de um complicado processo de troca de detidos que, no entanto, parece ter avançado nas últimas horas, segundo fontes rebeldes.
O presidente do Comité Nacional para Assuntos dos Prisioneiros, Abdul Qadir al-Murtadha, anunciou no sábado no Twitter a chegada dos prisioneiros Huthis ao aeroporto internacional de Sana, depois de os insurgentes libertarem um prisioneiro saudita em troca.
Al-Murtadha explicou que os prisioneiros de guerra Huthi libertados são, de facto, parte de uma troca de maior escala, acertada no mês passado na Suíça sob a gestão das Nações Unidas, envolvendo 887 combatentes, e pode ser finalizada até ao final da próxima semana.
"Os detidos libertados hoje [sábado] fazem parte do acordo com as Nações Unidas, que acabará por ser integralmente implementado na próxima quinta-feira", sublinhou Al-Murtadha.
A visita desta delegação ocorre dois dias depois de surgir informações sobre uma nova trégua que poderá servir para um possível início de um "acordo de paz global" no país, disseram na sexta-feira, sob condição de anonimato, fontes próximas das negociações a meios de comunicação árabes.
A guerra no Iémen levou o país à pior catástrofe humanitária da atualidade, segundo as Nações Unidas. Mais de 21 milhões de iemenitas [dois terços da população] precisarão de ajuda humanitária este ano e 17 milhões destes precisarão recebê-la com urgência para sobreviver.
O conflito deixou quase 380.000 mortos, seja pelos combates ou pela fome e doenças, e quatro milhões de deslocados, segundo dados levantados pelas agências da ONU.
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