A aliança curda afirmou numa declaração que o ataque teve lugar quando membros da FDS, aliados próximos dos EUA na luta contra o IS, terminaram uma reunião com os americanos no norte do Iraque e o comboio em que viajavam "foi atacado por drones turcos".
O comboio incluía três americanos e o comandante da FDS Mazlum Abdi, que disse, numa breve declaração em vídeo, que "o principal objetivo deste ataque era frustrar a guerra conjunta" que estão a travar com os parceiros locais, o Curdistão iraquiano, o Estado do Iraque e os parceiros internacionais.
"O Estado turco não está satisfeito com a nossa guerra conjunta contra o Estado islâmico", disse Abdi, acrescentando que Ancara está "a tentar eliminar e pôr fim" ao reforço das relações entre curdos no norte e leste da Síria, bem como no Curdistão iraquiano, contra o qual a Turquia ocasionalmente leva a cabo ataques.
A presidência iraquiana condenou então estes "ataques flagrantes contra o Iraque e a sua soberania", que se arrastam há anos, uma vez que a Turquia considera terroristas alguns grupos curdos que operam no norte do Iraque.
Outra razão dada por Abdi para o ataque foi a realização de eleições a 14 de maio na Turquia, no que ele viu como uma tática eleitoral pelo atual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Sem dúvida, Erdogan e o seu grupo, a fim de ganhar as eleições, recorreriam a todas as opções disponíveis nas suas mãos, num esforço para alcançar uma vitória barata, mesmo sobre o sangue dos Curdos, e ele tentará influenciar a opinião pública turca, como meio para ganhar as eleições", disse o comandante da FDS.
Abdi disse que os ataques aos Curdos "não irão minar a determinação em elevar o nível de resistência" e os esforços para "unificar as fileiras das forças curdas", que "serão intensificados e desenvolvidos mais do que antes".
Ancara considera terroristas o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) no norte do Iraque e as Unidades de Defesa do Povo Curdo da Síria (YPG), que operam sob a égide do FDS.
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