Pequim reitera apoio à reconstrução do Afeganistão

A República Popular da China defende a "reconstrução afegã e o desenvolvimento político" do Afeganistão garantindo mais esforços para promover a cooperação bilateral nas áreas do comércio e do investimento. 

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Lusa
13/04/2023 08:59 ‧ 13/04/2023 por Lusa

Mundo

Afeganistão

Pequim pretende que Cabul venha a integrar o projeto chinês no âmbito da Nova Rota da Seda para que o Afeganistão deixe de ser "um país sem saída para o mar", refere um documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China divulgado hoje.

"Desde a retirada das tropas norte-americanas e da tomada do poder pelos talibãs em 2001, a China tem estado a ajudar ativamente o Afeganistão. Isto incluiu a prestação de ajuda humanitária ou a participação em consultas para promover uma solução política para o problema afegão", indica o texto. 

Pequim indica que "não se vai intrometer nos assuntos internos afegãos" e que "respeita a independência, a soberania e a integridade territorial afegãs" acrescentando que defende um governo "moderado e prudente", no Afeganistão.

"Esperamos que o país possa construir uma estrutura política aberta e inclusiva", diz o texto que também pede "intercâmbios com todos os países", em especial com os países vizinhos. 

"Esperamos que o governo interino dos talibãs possa proteger os direitos básicos e os interesses de todos os afegãos, incluindo as mulheres, crianças e os grupos étnicos", frisa a diplomacia de Pequim no mesmo texto. 

Ao mesmo tempo, a República Popular da China pede para Cabul apoiar com determinação a "luta contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo".  

O documento menciona também os Estados Unidos instando Washington a "cumprir com as promessas e responsabilidades".

"Os Estados Unidos devem aprender com o que se passou no Afeganistão e devem ajudar a aliviar a situação humanitária e os desafios que o país enfrenta", afirma Pequim que pede a Washington o levantamento das sanções contra Cabul. 

Para a diplomacia de Pequim, que recorda que os fundos financeiros para a reconstrução estão congelados, são ainda necessárias soluções para a crise dos refugiados e um programa de "luta contra estupefacientes". 

A guerra no Afeganistão prolongou-se durante 20 anos tendo as forças internacionais, incluindo Portugal, comandadas pelos Estados Unidos abandonado o país em agosto de 2021.

Desde a tomada do poder pelos talibãs que o Afeganistão enfrenta um retrocesso generalizado em matéria de direitos humanos, marcado pelas permanentes restrições contra as mulheres e pelas ameaças sistemáticas contra ativistas e jornalistas. 

 

Leia Também: Torres Vedras abre gabinete de apoio a migrantes afegãos e ucranianos

 

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