A Energoatom, a empresa responsável pela energia nuclear da Ucrânia, revelou, esta quinta-feira, que uma mina russa explodiu perto de um dos reatores da central nuclear de Zaporíjia.
"Os ocupantes russos continuam a transformar a central numa base militar, minando o perímetro em redor. E essas ações não podem deixar de ter consequências", apontou a entidade, na rede social Telegram.
De acordo com o organismo, "os sons da explosão foram ouvidos por trabalhadores ucranianos que continuam no local", tendo os russos tentado "'pacificar' os trabalhadores e cobrir rapidamente as suas ações, para que os especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica não os vissem".
A explosão, que não foi confirmada de forma independente, terá ocorrido na sala das máquinas da quarta unidade da central.
“A maior central nuclear da Europa continua a sofrer com a arbitrariedade dos militares russos e dos seus capangas, enquanto o pessoal ucraniano tenta desesperadamente manter a segurança nuclear e radioativa de todo o continente”, atirou a Energoatom.
Recorde-se que as instalações nucleares de Zaporíjia estão sob controlo das forças russas desde março de 2022, logo após o início da invasão russa da Ucrânia, e têm sido palco de constantes ofensivas militares, quer de Moscovo, quer de Kyiv.
Na verdade, as interrupções no fornecimento de eletricidade proveniente do exterior devido aos combates obrigaram os funcionários da central a desligarem por seis vezes os geradores de emergência da infraestrutura.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.490 civis desde o início da guerra e 14.244 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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