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Autoridade colombiana acusa guerrilha do ELN de sabotar negociações

O alto-comissário colombiano para a paz acusou hoje a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) de "auto-sabotar" as negociações em curso com o Governo, após um ataque contra forças militares e um recomeço das atividades do grupo.

Autoridade colombiana acusa guerrilha do ELN de sabotar negociações
Notícias ao Minuto

18:36 - 13/04/23 por Lusa

Mundo ELN

"Existe uma auto-sabotagem porque continuam a decorrer operações armadas, operações de propaganda que em nada contribuem para instalar um ambiente e um clima de paz", afirmou Danilo Rueda, em declarações aos 'media' locais.

A duas semanas do início da terceira ronda de negociações em Cuba, o ELN (de inspiração marxista e guevarista) efetuou esta semana diversas operações de propaganda nas principais cidades da Colômbia (incluindo na capital Bogotá), que incluíram a detonação de pequenos petardos e a instalação de bandeiras do grupo.

Estas ações seguem-se a uma emboscada no final de março que provocou a morte de dez soldados perto da fronteira com a Venezuela.

"Esperemos que os responsáveis armados reconheçam que este não é o momento de prolongar lutas inúteis e conflitos territoriais", sublinhou o alto-comissário colombiano para a paz.

O Governo colombiano, sob o impulso do novo Presidente de esquerda Gustavo Petro (eleito no verão de 2022), negoceia desde o final desse ano com a organização armada, a última guerrilha de esquerda ainda ativa na Colômbia.

Um primeiro ciclo de negociações foi concluído em dezembro em Caracas, Venezuela, com o anúncio da libertação de reféns e ações humanitárias.

Na ocasião, o Presidente Petro anunciou um cessar-fogo com o ELN e outros grupos armados, mas esta organização desmentiu de imediato o acordo.

No final de um segundo ciclo negocial no México, em 10 de março, as duas partes comprometeram-se em iniciar conversações na perspetiva de um cessar-fogo. A terceira ronda está prevista para Cuba e deverá iniciar-se em 26 de abril.

O ELN justificou a emboscada de 29 de março pelo seu direito em "responder aos ataques" do Exército colombiano, enquanto não for firmado um acordo sobre o fim das hostilidades.

A guerrilha guevarista também acusou os militares de terem executado diversos dos seus combatentes "indefesos" no decurso dos últimos meses.

No entanto, o ELN reiterou a "vontade" e a "disposição em trabalhar para garantir um cessar-fogo".

O ELN manteve negociações com cinco Governos, mas que fracassaram. Os serviços de informações militares calculam que mobilizam 5.000 guerrilheiros e guerrilheiras, com uma vasta rede de apoio nas cidades.

Leia Também: Governo colombiano e guerrilha ELN comprometem-se a negociar cessar-fogo

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