"A solução política é a única solução para a crise síria", disseram os ministros em comunicado citado pela agência espanhola EFE.
A Síria foi banida da Liga Árabe há mais de uma década, pela repressão contra as revoltas populares de 2011.
Participaram na reunião em Jidá, os chefes da diplomacia dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, bem como Iraque, Jordânia e Egito.
Os ministros referiram-se, no comunicado, à "importância de um papel de liderança árabe nos esforços para pôr fim à crise" síria.
Defenderam também a necessidade de "estabelecer os mecanismos necessários para esse papel", bem como o interesse em "intensificar as consultas entre os países árabes para assegurar o sucesso desses esforços".
Discutiram ainda a segurança e a estabilidade na Síria, o processo de regresso dos refugiados sírios e a chegada de ajuda humanitária às zonas doe país afetadas pelo terramoto devastador de fevereiro, com epicentro na vizinha Turquia.
No comunicado, os ministros árabes referiram igualmente, entre outros pontos, o interesse comum no combate ao terrorismo, contrabando e tráfico de droga.
Referiram ainda o reforço das instituições sírias para "alargar o controlo sobre as suas terras a fim de pôr fim à presença de milícias armadas no país e à interferência externa nos assuntos internos da Síria".
A reunião começou tarde e foi prolongada até às primeiras horas da manhã de hoje, pois os participantes realizaram uma série de reuniões bilaterais para avaliar as relações entre eles.
A celebração do 'iftar', a quebra do jejum durante o mês do Ramadão, também atrasou a reunião, segundo a EFE.
A reunião foi impulsionada pela Arábia Saudita, que, no início de março normalizou as relações com o seu arqui-inimigo no Médio Oriente, o Irão, um aliado próximo do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
O principal obstáculo à reintegração da Síria no corpo pan-árabe é o Qatar, que Riade está a tentar convencer, embora a sua posição não tenha surgido durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Jidá.
Os ministros também não anunciaram no comunicado quaisquer novas reuniões entre os países participantes ou quaisquer ações futuras para decidir o futuro da Síria no seio da organização.
Caso seja integrada na Liga Árabe, a Síria reassumirá o estatuto de membro de pleno direito e participará nas habituais reuniões ministeriais.
A Síria é assolada, desde 2011, por uma guerra civil que se complicou ao longo dos anos com a intervenção de vários países e grupos armados estrangeiros.
O conflito já matou cerca de 500.000 pessoas, devastou a infraestrutura do país e deslocou milhões de pessoas.
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