Líder militar sudanês diz que situação está"sob controlo"
O líder militar sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, pediu calma à população após o início hoje dos combates na capital, Cartum, contra os paramilitares das Forças de Ação Rápida (RSF) e disse que a situação está "sob controlo".
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Mundo Sudão
Nas suas primeiras declarações após o início das hostilidades, o general afirmou que as forças paramilitares tentaram lançar um ataque direto contra a sua residência durante as primeiras horas dos combates.
"Fiquei surpreendido quando as Forças de Apoio Rápido atacaram a minha residência por volta das 09:00 da manhã", disse al-Burhan à estação Al Jazeera. "No entanto, não conseguiram entrar no quartel-general do Comando Geral do Exército e está tudo sob controlo", acrescentou.
Concretamente, al-Burhan disse que a situação no aeroporto da capital está agora calma depois de reconhecer que as unidades das RSF "abriram fogo sobre vários aviões" antes de recuarem perante o avanço das forças militares sudanesas.
Todas as instalações estratégicas do Comando Geral das Forças Armadas e do Palácio Presidencial estão sob o controlo do Exército, segundo o dirigente sudanês.
Pouco depois, o porta-voz do Exército do Sudão, general Nabil Abdullah, acusou os RSF de terem iniciado as hostilidades.
"As Forças Armadas não iniciaram esta agressão, porque somos disciplinados e responsáveis", declarou, antes de lamentar que o país "não teria chegado a esta situação se as RSF não tivessem abandonado as suas ambições particulares" durante as negociações de integração no Exército, cuja rutura no âmbito do acordo de transição foi o principal motivo desta crise.
"Vamos tentar resolver a batalha o mais rápido possível e esperamos que a voz da razão prevaleça", acrescentou.
Estes confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter sido alertado de que o país atravessa uma "situação perigosa" que pode conduzir a um conflito armado, depois de unidades das RSF "se mobilizarem" na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.
Essa mobilização ocorreu durante negociações para se chegar a um acordo político definitivo que se concretizou com o golpe de 2021 e levou o Sudão a uma transição democrática, um pacto adiado duas vezes em abril justamente por causa das tensões e rivalidades entre os dois Exército e as RSF.
As RSF surgiram das milícias Yanyawid, acusadas de crimes contra a humanidade durante o conflito em Darfur (2003-2008) e são lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, vulgarmente conhecido como Hemedti, considerado o homem mais poderoso de todo o Sudão.
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