O sindicato apurou que pelo menos dois cidadãos foram mortos no aeroporto de Cartum, o maior do Sudão, e outro foi baleado em Al Obeid, no sul do país africano, segundo o primeiro relatório preliminar sobre os confrontos, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
A informação avançada dá conta ainda de que um oficial das Forças Armadas foi ferido na cidade de Omdurman, vizinha de Cartum, e três civis foram baleados no pescoço e na perna no sul da capital e a leste do Nilo.
Trata-se das primeiras vítimas desde o início dos confrontos entre as RSF e o Exército esta manhã, havendo, segundo o Sindicato dos Médicos, havendo "dezenas de feridos que estão a ser registados até agora, incluindo feridos instáveis".
As RSF acusaram o Exército sudanês de lançar uma ação contra uma das suas bases em Cartum, enquanto as Forças Armadas alegaram que foi realizada em resposta a um ataque que os paramilitares haviam realizado anteriormente em Cartum.
Estes confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter alertado que o país atravessa uma "situação perigosa", que poderia conduzir a um conflito armado, devido à mobilização das RSF na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.
Essa mobilização ocorreu no decurso das negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática.
A assinatura do pacto já foi adiada duas vezes, neste mês de abril, justamente por causa das tensões e rivalidades entre os Exército e as RSF.
As Forças de Apoio Rápido surgiram das milícias Yanyawid, acusadas de cometer crimes contra a humanidade durante o conflito de Darfur (2003-2008), e são lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, vulgo Hemedti, considerado o homem mais poderoso do Sudão.
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